Trump manipula luto para insuflar sua guerra contra minorias
Num momento de luto nos EUA, o presidente Donald Trump usou o acidente aéreo em Washington para atacar a política de diversidade que marcou a expansão de garantias individuais e liberdades das últimas décadas no país. Em sua entrevista coletiva, o republicano sugeriu que o desastre estaria relacionado com iniciativas para garantir espaço para minorias.
"A era das políticas de diversidade já passou no Departamento de Defesa e precisamos dos melhores e mais brilhantes", disse, sem mostrar qualquer tipo de evidência para sustentar sua afirmação. Minutos depois, o vice-presidente JD Vance, afirmou que "queremos contratar as melhores pessoas" que sejam "de fato competentes o suficiente para fazer o trabalho".
Trump voltou a insistir que "testes muito poderosos" de competência no controle de tráfego aéreo foram abolidos por Joe Biden.
Seu gesto revela que, antes de vidas ou dos fatos, o que vai prevalecer é a construção de uma narrativa para justificar o desmonte de direitos.
Em pouco mais de uma semana, seu governo sinalizou que esvaziar a sociedade civil, organizações de direitos humanos, instaurar o pânico e criar uma noção de guerra doméstica faz parte de uma política de estado.
Ao longo da história americana, cotas para manter a "pureza" da raça sempre estiveram presentes na política dos EUA, com medidas concretas até mesmo contra católicos. Hoje, ela ganha o nome de "meritocracia".
Trump não ergue apenas os muros nas fronteiras com a América Latina. Sem aprovação do Legislativo e sem consultar a Constituição, a extrema direita atropela a noção mais básica de humanidade.
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