Jamil Chade

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Governo Trump sobe o tom e ameaça país que retaliar: 'Sentem e absorvam'

Em um gesto pouco comum na diplomacia internacional, o governo de Donald Trump alertou que poderá escalar a guerra comercial, caso um país opte por retaliar os EUA. Hoje, Trump anunciou tarifas de pelo menos 10% para 185 países no mundo, incluindo aliados e inimigos.

A reviravolta da política comercial americana foi interpretada como uma operação deliberada para desmontar o atual sistema mundial do comércio e reposicionar a economia americana. Trump aceita negociar. Mas sob suas condições.

O Brasil recebeu uma tarifa de 10%, menos que as de aliados dos EUA como Japão, Israel e Coreia do Sul. A taxação inclui 34% sobre as importações da China, 46% sobre os produtos do Vietnã e tarifas de 20% sobre as importações da União Europeia.

A UE promete anunciar uma resposta amanhã, enquanto o Brasil acaba de aprovar uma lei que permite uma retaliação contra os americanos. O projeto contou com o apoio de ruralistas e da base do governo.

Imediatamente após o anúncio, no qual Trump insistiu que estava sendo "gentil", seu governo correu para fazer ameaças.

Falando à imprensa aliada ao governo, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, advertiu que o país que retaliar os EUA sofrerá um aumento ainda maior das taxas.

"Meu conselho para todos os países neste momento é: Não retaliem", disse Bessent. "Sentem-se, absorvam a situação e vejamos como ela se desenrola. Porque se você retaliar, haverá uma escalada. Se você não retaliar, esse é o ponto alto."

A fala do secretário foi interpretada por parceiros comerciais como um sinal de que a guerra comercial pode ser uma realidade. O governo Trump espera que seu gesto obrigue países a negociar com os americanos.

Mas diplomatas alertam que, antes de negociar, alguns países poderão optar por retaliar para chegar à mesa de negociação em igualdade de condições.

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O Brasil não descarta essa opção.

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