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José Luiz Portella

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Tablets da Prefeitura de São Paulo. Qual é a meta definida?

criança, tecnologia, tablet, escola - iStock
criança, tecnologia, tablet, escola Imagem: iStock

Colunista do UOL

12/10/2021 04h00

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Prefeitura de São Paulo já entregou entre 85% e 90% os tablets prometidos. Já é um grande passo.

Muitos pais não estão querendo aceitar, porque precisam assinar um termo de compromisso e estão com receio de não ter dinheiro para ressarcir. Deveria ser feito um seguro, no mínimo para esses pais, não sei se isso foi encaminhado. Porém, vários tablets entregues não estão funcionando. A rádio Bandeirantes fez uma longa reportagem a respeito.

A Prefeitura deve habilitar mais empresas para o conserto ou exigir da empresa vencedora da licitação, estrutura suficiente e uma agenda onde as escolas sejam avisadas do dia em que haverá a visita para o reparo. As diretoras alegam que não sabem. Senão o serviço fica parcial. Que é um mal das políticas públicas no Brasil. Uma beleza ao anunciar, mais ou menos na hora de implantar e ruim no momento crucial de acompanhar, corrigir e assegurar que a meta seja cumprida corretamente. A meta não é entregar tablets, é criança com tablet funcionando. Isso ainda não ocorreu na quantidade esperada. Qual é a meta?

A Secretariada da Educação precisa ver isso com cuidado, o Secretário precisa estar envolvido diretamente na conferência desta meta. Não basta entregar, embora isso seja louvável, não é tudo.

E os motivos do problema precisam ser examinados com profundidade, pois a questão do funcionamento não está só restrita a defeitos. Há crianças que não sabem utilizar, e precisam ser treinadas, há pais recusando os tablets por outros motivos pessoais e não só pela responsabilidade.

Numa política pública é preciso fazer a medição do impacto da sua aplicação. Completa. Chegar aos detalhes para ter como aprimorar. Só uma avaliação profunda permite isso.

A Prefeitura de São Paulo, no caso a Secretaria da Educação, dará bom exemplo e contribuirá com a implantação de políticas públicas no Brasil, se o fizer.

Política pública não é apenas boa intenção. Esforço não é resultado. Vontade não é ação.

É preciso ir até o fim. E pisar na escola. Gabinete não é chão de escola.