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José Luiz Portella

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Show de Horrores: Alckmin com MST e bolsominions com fake de Lula

17.ago.2018 - Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB) se cumprimentam no intervalo de um bloco do debate eleitoral da RedeTV!/IstoÉ nesta sexta-feira (17) - Nelson Almeida/AFP
17.ago.2018 - Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB) se cumprimentam no intervalo de um bloco do debate eleitoral da RedeTV!/IstoÉ nesta sexta-feira (17) Imagem: Nelson Almeida/AFP

Colunista do UOL

25/06/2022 06h00

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Geraldo Alckmin estrelou o espetáculo da dissimulação ao se encontrar com MST em Andradina.

Os bolsominions inconformados inventaram a finitude de Lula, antes da eleição.

Muitas vozes clássicas já entoaram: "o mundo que vemos, não é a realidade, é o que somos". Cada um molda a realidade, de acordo com suas crenças e conveniências.

Há um lado compreensível: o ser humano precisa de esperança para viver, então enxerga as coisas de acordo com o que precisa.

Outro lado, é "demasiadamente humano", trata-se de mentir, para lograr os outros. De acordo, com o que deseja fazer crer, para levar vantagem. Lei de Gérson.

Alckmin, na sua viagem pelo mundo "encantado" do "parecer ser" de esquerda, perdeu totalmente o a pudicícia, mandou às favas os escrúpulos de consciência, como diria o ministro Jarbas Passarinho ao assinar o AI-5, e colocou dobradiça na espinha ao enaltecer o MST, que para ele, antes, era um belzebu.

Não olvidar que Alckmin foi o dono do criadouro de Ricardo Salles, Saulo de Castro e João Doria. Nada MST, bem à direita.

E, parece que não entendeu, ele veio para conquistar o centro e a direita, mas virou Internacional Socialista, protocomunista de carteirinha.

Os bolsominions, que nunca suportaram a iminente derrota diante de Lula, e apregoavam que as pesquisas iriam mudar, inclusive tendo o ministro Ciro Nogueira dito que Bolsonaro iria virar a eleição no mês seguinte, diante da frustração frente às pesquisas, que "dizem não crer" (mas creem), começaram a espalhar a fake news com inspiração "trumpista", de que Lula está muito doente e perecerá antes da eleição.

O desejo vencendo à realidade.

Ambos os fatos seriam só ridículos, se não fossem graves, no sentido do que implicam. Implicam transformar a eleição em uma saraivada de mentiras, que afastará ainda mais a sociedade da política.

A política, como os gregos clássicos já advertiam, é a forma correta da sociedade cuidar de si mesmo. E de fazer as transformações que almejar.

Despolitizar favorece os poderosos, os privilegiados, os que acessam o Congresso com poder de regência. Ou seja, é bom para os mais ricos e detentores da ocupação do Estado.

Alckmin, com sua solicitude estudada, urdida para agradar a quem ele necessita, causa tal estupor, que as pessoas cerram os olhos e preferem dar risada, de forma pejorativa.

A política se aproxima da farsa, não da conciliação anunciada. Desse jeito, Alckmin tirou Walter Barelli , do caminho e se tornou vice-governador de Mário Covas.E fez carreira.

Governou São Paulo por cerca de 14 anos, sem lograr deixar alguma marca exponencial distintiva. É audiência para o descrédito e a desilusão.

Já os bolsominions, que não querem aparecer explicitamente, vencidos em suas teorias estapafúrdias sobre pesquisas eleitorais, recorrereram à fake news, tipo Steve Bannon/Trump, que Lula sucumbirá, antes da eleição. Para causar desestabilização em quem votará em Lula pela repulsa a Bolsonaro. Sem ter qualquer evidência palpável.

Necessitam dizer alguma coisa diante da descrença que tinham na vitória do principal inimigo. Começaram a colocar na boca de políticos conhecidos, sem autorização dos mesmos, para parecer verdade com fonte.

Isso promove a desinformação e a incerteza, permite tentar ganhar tempo, e criar um discurso para contestar a eleição. Que é o verdadeiro objetivo real.

Mas, na população, a mentira causa incômodo com a eleição, e asco com relação ao mundo político.

O objetivo sempre é despolitizar e criar ódio aos políticos para justificar um golpe de Estado. Grave mesmo.

Absurdos na política são como jabutis em árvores, postos por alguém, com algum desiderato. E, para engolir com mais lubrificação as lorotas que fabricaram.

A eleição já está decidida, e são fragilíssimos esses argumentos do "ainda é cedo". Lula vai ganhar, provavelmente no primeiro turno.

O tempo que falta, não desconstruirá toda a obra macabra que Bolsonaro erigiu. Isso sim é "torcida" e não as pesquisas, como Flávio Bolsonaro disse.

O certo é que Jair e família ariscam-se cada vez mais, a seguir o caminho de Milton Ribeiro, também conhecido ironicamente no Congresso como Milton Garimpeiro e seus pastores.

Melhor Jair se acostumando, com a Justiça.

O que estão a fazer com o Brasil é uma destruição de grandes proporções. Do Orçamento, das instituições, da crença do povo, já abalada, do mundo civilizado, da imagem externa, conforme a execução de Dom e Bruno, retirando a focinheira dos conservadores primitivos.

Uma guerra de lesa-pátria, feita por brasileiros contra o Brasil.

Nem Bolsonaro, nem Centrão, nem PT escapam disso.

O tempo vai cuidar da cobrança junto aos responsáveis.