Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Eletrobras de parte do mercado tem dinheiro do Estado irrigando privado
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Ontem publicamos a matéria que saiu com o título: "Mercado quer que Lula indique ministro a favor de privatizar a Eletrobras".
Nela, havia a informação de que existia um JABUTI grande chamado Brasduto.
Rejeitado várias vezes, e, persistente, de volta na MP da Capitalização, a MP da privatização da Eletrobras, onde o Estado bancaria gasoduto de interesse privado.
Hoje, o jornal o Estado de São Paulo, em manchete de primeira página alude ao fato e mostra dados mais detalhados.
O deputado Fernando Coelho Filho seria o condutor de mais uma tentativa de aprovar matéria várias vezes reprovada. Conduziria o animal à árvore, talvez, para salvá-lo da enchente.
Atrás de quase toda proposta neoliberal de ocupação do Estado, se encontra um interesse privado, irrigado pelo Estado.
O partido Novo parece agora ter acordado para o fato do Brasduto, e seria bom um despertar mais amplo e verificar o que jovens liberais entusiasmados, geralmente bem postados na vida, defendem com ardor
juvenil, em nome de pretensa eficiência da iniciativa privada, raramente deixa de ter o Estado bancando o privado.
E, conforme documento da FIESP, que não é órgão comunista ou socialista, há alocação de ativos sem o devido processo concorrencial, que Hayek e Friedman gostavam tanto.
Como querem os empresários beneficiários das bondades estatais, "mordomia, só não gosta quem não tem".
Atrás do Estado Mínimo, em tese para o Brasil funcionar melhor, e a iniciativa privada cumprir seu papel patriótico e libertador, há um Estado Especial, onde parte da iniciativa privada navega em águas mansas e privilegiadas.
E, é isso que prejudica mais o Brasil do que outros mantras neoliberais entoados na imprensa.
O mercado não é ruim, ele apenas precisa ser regulado. É fundamental articular Estado e mercado. Sem mercado não há país, que se desenvolva suficientemente para entregar uma vida boa para as pessoas.
Porém, atrás dessa necessidade vem a balela do Estado Mínimo, da privatização de um setor estratégico como Petrobras. A Rússia fez várias privatizações que tornaram certos camaradas mais iguais do que os outros, em camaradas ricos pelo mundo afora.
O caso do Brasduto tem a benção do Centrão. Este é o fator mais nocivo para o nosso orçamento, e para criar privilégios subsidiados, e obstaculizar o crescimento do país.
É preciso parar de olhar para a sombra e olhar lá para fora, para o Brasil real, como na alegoria das cavernas. E o mercado não "se achar" um ente só bonzinho, lutando pelos interesses de um Brasil varonil.
Olha quanta desigualdade nos resta. Olha quanto privilégio aumenta.
O dinheiro para financiar o gasoduto, diz a matéria de André Borges, se aproxima de tudo o que o governo tem para despesas com investimentos e custeio da máquina pública em 2022.
Depois, vem a conversa mole que não podemos gastar com ações sociais para erradicar a extrema pobreza, que é possível, porque precisamos do ajuste fiscal.
Precisamos sim de uma âncora fiscal, mas que tal cortarmos os gastos do dinheiro público que serve o enriquecimento de setores privados?
Assombração sabe para quem aparece.
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