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Quatro de cada dez beneficiários do governo federal se dizem petistas
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Segundo a pesquisa nacional do Ipec (ex-Ibope), 40% dos eleitores que recebem do governo Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família), Benefício de Prestação Continuada (BPC), ProUni, Fies, Tarifa Social e/ou Vale gás, entre outros, dizem ter preferência partidária pelo PT. É bem acima da média do eleitorado (31%).
- A taxa de petismo entre quem não recebe nenhum benefício federal é substancialmente menor: 27%.
- Os beneficiários de programas sociais do governo federal são 32% do eleitorado, segundo o Ipec/Ibope.
E daí? O aumento do valor pago pelo Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 às vésperas da eleição é a principal tática eleitoral de Bolsonaro para tentar vencer sua rejeição no eleitorado mais pobre.
- Entre os beneficiários federais, 51% dizem que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum.
- Hoje, a rejeição ao presidente é sete pontos menor entre quem não recebe benefícios (44%).
O petismo acima da média entre os beneficiários de programas sociais não é a única explicação para a dificuldade de Bolsonaro crescer nesse segmento.
- A rejeição a Bolsonaro entre beneficiários federais é quase o dobro da de Lula, talvez porque 62% deles desaprovam o atual governo.
- Entre beneficiários dos programas de auxílio, Lula se elegeria no primeiro turno, com 59% dos votos válidos.
- O pagamento dos benefícios está mais concentrado entre as mulheres, jovens e moradores da região Nordeste - justamente os segmentos que mais desaprovam o governo Bolsonaro: todos na casa de 60% ou mais.
Na comparação das memórias da população que precisa de auxílio sobre os governo Lula e Bolsonaro o petista está levando grande vantagem. É graças a essa comparação que Lula mantém-se à frente do presidente na corrida eleitoral.
- Embora estejam recebendo benefício aumentado agora, jovens, mulheres e pobres parecem lembrar vividamente das privações pelas quais passaram nos últimos anos e não perdoam Bolsonaro.
- Mas o fato de não terem perdoado até agora não significa que não possam vir a fazê-lo quando mais prestações do auxílio forem creditadas nos cartões verde e amarelo e esse dinheiro movimentar a economia e o consumo dos locais onde moram. Ainda não há elementos suficientes para saber.
- Só a próxima rodada de pesquisas presenciais, principalmente do Ipec e Datafolha, poderá tirar a dúvida de se o cartão com a bandeira brasileira será um "santinho" de Bolsonaro no bolso dos eleitores carentes, como esperam seus marqueteiros.
- Bolsonaro pode até não crescer eleitoralmente de cara, mas se diminuir sua rejeição entre os beneficiários já será um sinal de que o meio - o cartão do Auxílio Brasil - é sua mensagem.
O crescimento do petismo para um terço do eleitorado é um fato relevante da campanha. A simpatia pelo PT voltou a crescer depois que Lula saiu da cadeia e voltou a ser uma opção de poder:
- O petismo saltou de 22% para 34% entre dezembro de 2019 e dezembro de 2021, segundo o Ipec. Desde então, permanece no patamar dos 30% ou superior.
- A simpatia pelo PT começou a diminuir em junho de 2013, após a onda de protestos: naquele ano, despencou de 36% em abril para 21% em agosto.
- A tendência de queda do petismo se acentuou nos anos seguintes e chegou a seu patamar mais baixo na época do impeachment de Dilma: 12% em outubro de 2015.
- O entusiasmo pelo PT teve um espasmo durante a campanha presidencial de 2018, quando chegou a 29% em setembro, mas logo refluiu para o patamar de 20% ou inferior nos primeiros anos do governo Bolsonaro.
- Foi a volta de Lula às ruas e à campanha sucessória que consolidou a taxa de petismo acima dos 30%.
O PT é mais popular entre:
- Mulheres: 33%.
- Jovens de 16 a 24 anos: 36%.
- Quem estudou até o Fundamental: 35%.
- Nordeste: 46%.
- Capitais: 36%.
- Mais pobres: 41% entre quem ganha até 1 salário mínimo.
- Pretos e pardos: 35%.
- Católicos: 38%.
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