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Câmeras flagram Tarcísio, e Lula paga primeiro pedágio ao Congresso

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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se segurou em números de segurança pública que tapam com a peneira a escalada bárbara da violência cometida pela Polícia Militar em São Paulo.

O tema é um dos destaques do episódio desta semana do A Hora, podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo, disponível nas principais plataformas. Ouça aqui.

A letalidade policial explodiu desde que ele assumiu o governo, com crescimento de 104% de 2022 até agora. E se os homicídios caíram 14%, crimes como latrocínio aumentaram quase 7%. Os números são da Secretaria da Segurança Pública do estado.

Dados preliminares obtidos pelo podcast mostram que, nos três primeiros dias de dezembro, 11 pessoas foram mortas pela polícia em São Paulo. Mas foi preciso um homem ser jogado de uma ponte como se fosse um saco de lixo e a cena ter sido filmada e o vídeo ter circulado amplamente para que Tarcísio recuasse.

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Chefe da PF defende prisão de militares para evitar novo plano contra Lula

Thais Bilenky

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal Imagem: Pedro Ladeira - 25.out.2023/Folhapress
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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, defendeu a prisão de quatro militares sob a suspeita de tramar um golpe de Estado. O chefe da PF diz que, sem a prisão preventiva, não se podia descartar novas tentativas de matar o presidente Lula.

"Com certeza a contemporaneidade das ações e a gravidade do que estava sendo apurado somado à contemporaneidade da movimentação das pessoas" justificaram a prisão dos militares, disse Rodrigues na quarta-feira (4).

"Vamos lá, pessoal, eles planejaram matar uma autoridade que estava num evento [a cúpula do G20, nos dias 18 e 19 de novembro no Rio] para onde essas pessoas estavam indo. Então, há vários elementos aí, e isso aponta tecnicamente a necessidade da prisão", disse.

No dia 19 de novembro, a PF prendeu preventivamente quatro militares das Forças Especiais, os chamados "kids pretos" (Mário Fernandes, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo), e o policial federal Wladimir Matos Soares -- que responderá a um processo disciplinar na corporação, segundo Andrei.

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Lula paga primeiro pedágio ao Congresso para cumprir promessas de campanha

José Roberto de Toledo e Thais Bilenky

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O Presidente Lula e o ministro Fernando Haddad
O Presidente Lula e o ministro Fernando Haddad Imagem: Marlene Bergamo/ Folhapress

O Congresso está cobrando caro para Lula conseguir cumprir duas de suas principais promessas de campanha. Esta semana, o governo contrariou o Supremo Tribunal Federal e pagou cerca de R$ 8 bilhões de emendas ao orçamento, sem que os congressistas tivessem cumprido a ordem do STF de apontar o pai das emendas nem sua destinação. Em troca, a Câmara dos Deputados deu prioridade para votar o pacote de cortes do governo.

Não que diminuir o número de beneficiários de programas sociais fosse promessa de campanha. Mas tornou-se, junto com outras medidas de redução de gastos, condição necessária imposta pela Faria Lima e pelos congressistas para viabilizarem, quem sabe, as promessas de Lula na sequência. Toma lá e, talvez, dá cá.

Só depois do ajuste fiscal, já em 2025, deverá ser apreciada pelos congressistas a mudança do Imposto de Renda (IR) proposta pelo Ministério da Fazenda. Basicamente, o governo propôs duas medidas que se compensam contabilmente, mas transferem renda de cima para baixo na pirâmide da sociedade brasileira:

1) Deixar de cobrar R$ 35 bilhões de IR de cerca de 10 milhões de contribuintes que ganham entre R$ 2.750 e R$ 5 mil reais por mês;
2) Cobrar até 10% a mais de IR de quem ganha mais de R$ 600 mil por ano, ou R$ 50 mil por mês. Essa alíquota adicional renderia os mesmos R$ 35 bilhões para o Tesouro.

Se ambas passarem incólumes por deputados e senadores, Lula cumpriria duas promessas com uma mudança só: aumentaria a faixa de isenção de IR para R$ 5 mil e diminuiria a desigualdade. O tempo urge, porém.

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O segredo da longevidade de Valdemar Costa Neto como rei do PL

8.nov.2022 - O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, durante entrevista coletiva em Brasília
8.nov.2022 - O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, durante entrevista coletiva em Brasília Imagem: Evaristo Sá/AFP

Valdemar Costa Neto comanda o PL desde 2000. Durante quase um quarto de século, ele entrou e saiu da presidência, mas jamais perdeu o reinado do partido e, principalmente, o controle do seu caixa. Nem quando esteve na cadeia, após ser condenado no mensalão. E não foi por falta de tentativas para destroná-lo.

Em 2014, mesmo preso, Valdemar conseguiu debelar uma tentativa de "golpe". Manteve o controle da sigla e ainda forçou a então presidente Dilma Rousseff a trocar o ministro indicado pelo PL para os Transportes - por um aliado de sua confiança. Qual o segredo da longevidade política e desse comando ininterrupto?

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Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky

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A Hora é o podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube. Na TV, é exibido às 16h. O Canal UOL está disponível na Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64) e no UOL Play.

Escute a íntegra nos principais players de podcast, como o Spotify e o Apple Podcasts já na sexta-feira pela manhã. À tarde, a íntegra do programa também estará disponível no formato videocast no YouTube. O conteúdo dará origem também a uma newsletter, enviada aos sábados.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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