Lula escapa de sequelas de saúde, mas cirurgia reabre ferida sucessória
Após ser submetido a cirurgia de emergência devido à hemorragia cerebral, em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escapou de sequelas de saúde, mas deve ter alguma sequela política, avaliou o colunista José Roberto de Toledo no Análise da Notícia, no Canal UOL, nesta terça-feira (10).
Lula passou por drenagem de uma hemorragia intracraniana após sentir dor de cabeça. Os médicos disseram que o petista evolui bem, sem sequelas e permanecerá em observação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Toledo afirmou que, apesar do bom estado de saúde do presidente, o episódio reabriu ferida sucessória nos bastidores de Brasília. O ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente da República, é o primeiro na linha sucessória.
Volta a discussão sucessória, volta mesmo. Até para o próprio Lula. É mais do que simbólico o fato de essa coisa ter sido deflagrada no momento que ele estava discutindo com [o presidente da Câmera dos Deputados], Arthur Lira (PP-AL) emendas parlamentares. É só dor de cabeça mesmo. De fato, simbólicas e reais. José Roberto de Toledo, colunista do UOL
O colunista Tales Faria apurou que a cirurgia de Lula assustou membros do PT.
Começa a ter dentro do PT uma certa dúvida por relação ao Alckmin. O Alckmin é um cara do bem e tal, mas ele sempre foi um 'tucano de carteirinha'. Muita gente no PT ficou assustada. Imagina se o Alckmin vira presidente da República?
Fica aquele susto, ele vai ser reeleito com mais idade, o Lula está mais velho, como é isso? E como vão ser as alianças no caso [de uma reeleição]? Correr o risco de tentar a reeleição com mais idade, com mais risco de novas hemorragias. Tudo isso. Volta o fantasma da idade. Tales Faria, colunista do UOL
O que aconteceu com Lula?
O presidente Lula se queixou de dores na cabeça no fim da tarde de ontem, após o encontro com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Palácio do Planalto.
Lula saiu do Planalto às pressas pouco depois das 18h. A bandeira com o brasão da República, que indica onde o presidente está, só foi arriada por volta das 20h20, e a transferência para São Paulo só foi divulgada na madrugada.
Depois de passar por exames médicos no Sírio-Libanês em Brasília e ser constatado um sangramento, o presidente foi transferido para São Paulo no avião presidencial, acompanhado por médicos, mas sem uma estrutura hospitalar de UTI. A primeira-dama Janja o acompanhou.
Qual foi o procedimento?
A cirurgia, chamada trepanação, consistiu em uma pequena perfuração do crânio, onde foram introduzidos drenos. "Não é uma abertura do crânio importante. Há uma cicatrização espontânea", explicou o médico Mauro Suzuki. O procedimento durou cerca de duras horas.
A previsão é que o presidente retorne a Brasília no começo da próxima semana. "Tudo depende dessa evolução, um dia a mais ou um dia a menos, mas a previsão é que o presidente esteja em Brasília na semana que vem", afirmou o médico Roberto Kalil.
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