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Josias de Souza

Bolsonaro: 'Mentir engorda'. Hummm... E quanto ao Flávio?

Joice Bolsonaro  - Reprodução/Facebook
Joice Bolsonaro Imagem: Reprodução/Facebook

Colunista do UOL

11/01/2020 03h30

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Jair Bolsonaro lembra um cano furado. Assim como o cano furado esbanja água num esguicho perdulário, Bolsonaro esbanja ofensa. Ainda não se deu conta de que as ofensas têm alcance extremamente longo. Um dia acabam alcançando seus autores ou pessoas do seu convívio.

No penúltimo jorro, transmitido online, o capitão associou a gordura humana à mentira. Fez isso para ofender a deputada e ex-amiga Joice Hasselmann. Mas acabou fornecendo material para que o primogênito Flávio Bolsonaro, investigado por peculato e lavagem de dinheiro, seja frito na própria gordura.

Bolsonaro irritou-se com Joice e também com o deputado Kim Kataguiri. Os dois haviam criticado o capitão por ter empurrado para dentro do Orçamento de 2020 um fundão de R$ 2 bilhões para financiar as eleições para prefeito e vereador.

O presidente referiu-se a Kim como um "pitoco sem-vergonha". E chamou Joice de "fofucha". Estufando o peito como uma segunda barriga, acrescentou frases como essa: "Se estivesse fazendo coisa boa, eu acho que a primeira estaria mais magra". Ou essa: "Acho que mentir engorda, mentir engorda".

Tomado ao pé da letra, Bolsonaro deixa em situação precária o seu primogênito. Diferentemente do Zero Dois Carlos e do Zero três Eduardo, ambos esbeltos, o Zero Um Flávio trava com a balança um relacionamento litigioso. Submetido à regra do pai, o primeiro-filho está em apuros.

Aos olhos de Jair Bolsonaro, o primogênito Flávio não empregou fantasmas no gabinete, não promoveu rachadinhas, e não lavou dinheiro. Só mentiu um pouco.