Congresso e Planalto vivem 'normalidade' eletrificada
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Em viagem à Espanha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia disse não enxergar um aumento da tensão entre Legislativo e Executivo por causa da disputa provocada pela tentativa dos parlamentares de impor ao governo o controle sobre a execução de R$ 30 bilhões do Orçamento da União para 2020. Maia tem razão. Não houve aumento. O índice de tensão continua nos mesmos 100%.
Ao compartilhar no WhapsApp um par de vídeos convocando o asfalto para uma manifestação de conteúdo anticongressual em 15 de março, Bolsonaro flertou com o curto-circuito num instante em que se imaginava que o ambiente ficaria menos eletrificado depois do feriadão de Carnaval. Percorrem os bastidores, munidos de fita isolante, os generais moderados do governo e auxiliares do ministro Paulo Guedes, da Economia.
Os generais Luiz Eduardo Ramos e Fernando Azevedo e Silva, respectivamente coordenador político do Planalto e ministro da Defesa, vão de autoridade em autoridade para informar que não há riscos institucionais na movimentação de Bolsonaro ou no comentário do general Augusto Heleno, chefe do GSI, que na semana passada chamou de chantagistas os parlamentares que tentam avançar sobre o Orçamento.
Os técnicos da pasta da Economia tentam costurar com o Congresso um entendimento que evite o engessamento de um Orçamento que já é muito engessado. Dentro de duas semanas, a equipe de Paulo Guedes reavaliará a execução orçamentária de 2020. Estima-se que a crise do coronavírus reduzirá o crescimento da economia global e também da brasileira. Menos crescimento resultará em menor arrecadação.
O governo talvez tenha de contingenciar, bloquear gastos num volume maior do que esperava. Daí o esforço para evitar que o Congresso se autoatribua o poder de controlar R$ 30 bilhões. Rodrigo Maia afirmou que está "tudo normal" nas relações entre Executivo e Legislativo. Tudo normal, nesse contexto, é um outro significado para conversa fiada.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.