Mourão: 'Tudo sob controle, não sabemos de quem'
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Chamar a troca de comando no Ministério da Saúde de samba do crioulo doido seria uma injustiça com Sérgio Porto, o magistral criador da alegoria. No samba original, o crioulo entoou: "Joaquim José / Que também é / Da Silva Xavier / Queria ser dono do mundo / E se elegeu Pedro II."
O samba não dizia coisa com coisa. Mas era taxativo. A cerimônia do Planalto foi igualmente incompreensível. A diferença é que o espetáculo de Brasília teve a viscosidade de uma porção de gelatina.
Saiu Henrique Mandetta, acusado de privilegiar no combate ao vírus o isolamento social em detrimento dos empregos. Entrou Nelson Teich, que diz não ter a intenção de alterar abruptamente a tática de exilar os brasileiros em casa.
Ao discursar, Jair Bolsonaro, o presidente hipotético, pregou a reabertura do comércio. Simultaneamente, reconheceu que o Supremo o proibiu de decretar a medida, atribuindo-a a governadores e prefeitos.
Testemunha da coreografia em que um presidente anticientífico substituiu a ciência pela ciência na pasta da Saúde, o vice-presidente Hamilton Mourão resumiu a cena para os repórteres: "Tudo sob controle, não sabemos de quem!"
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