Com água pelo nariz, Crivella abraça Bolsonaro
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Das várias maneiras para se atingir o desastre no Brasil de hoje, o negacionismo sanitário é a mais tosca; o relacionamento com o centrão é a mais cara; e o apoio à recandidatura de Marcelo Crivella, a mais rápida —apenas dez dias.
Ao receber Crivella nesta quinta-feira, Jair Bolsonaro confirma sua paixão pelo risco. Abraçando-se novamente ao prefeito do Rio de Janeiro, o presidente marca para 29 de novembro, dia do segundo turno da eleição municipal, mais um encontro com o fiasco.
Candidato à reeleição, Crivella (Republicanos) ganhou na primeira pesquisa do segundo turno uma renovada aparência de afogado. Segundo o Ibope, o prefeito está 30 pontos percentuais atrás do rival Eduardo Paes (DEM). A diferença sobe para 38 pontos se forem contabilizados apenas os votos válidos.
Tratado como derrotado no primeiro turno, o presidente ouviu de auxiliares a sugestão de se distanciar do ringue municipal no segundo round. Até o primogênito Flávio Bolsonaro aconselhou-o a se resguardar, especialmente no Rio de Janeiro, berço eleitoral da primeira-família.
Mais do que reexibir Bolsonaro na propaganda eleitoral da tevê, Crivella deseja agora passear pelas ruas do Rio de Janeiro com o patrono a tiracolo. Se topar, o presidente talvez não consiga realizar o sonho do prefeito. Mas se aproximará bastante da realização do seu próprio pesadelo.
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