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Josias de Souza

REPORTAGEM

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Candidatos a governos estaduais do PDT de Ciro abrirão palanque para Lula

BBC
Imagem: BBC

Colunista do UOL

13/11/2021 03h28

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O PDT do presidenciável Ciro Gomes terá candidato a governador em meia dúzia de estados. O partido montará palanque duplo em pelo menos três. Rodrigo Neves, no Rio de Janeiro; Weverton Rocha, no Maranhão; e Edvaldo Nogueira, em Sergipe, recepcionarão também o petista Lula. Presidente do PDT, Carlos Lupi disse em entrevista ao UOL que respeita a realidade política local. "Ninguém está acorrentado no processo político", ele declarou.

A bipolaridade estadual submete o candidato do PDT ao Planalto a um paradoxo. Ciro trabalha com a hipótese de que a pandemia e seus efeitos econômicos derreterão as pretensões eleitorais de Bolsonaro, abrindo espaço para que outro candidato dispute o segundo turno contra Lula. "Eu vou pra cima dele", avisou Ciro em maio, referindo-se a Lula como "o maior corruptor da história brasileira."

Desde então, os comentários de Ciro em relação a Lula e ao petismo tornam-se cada vez mais ácidos. Já tachou Lula de "falso titã". Declarou que o PT tenta esconder "o pior da sua história: a corrupção do governo Lula e a incompetência do governo Dilma." Afirmou que Lula "nunca pediu perdão pelos erros". Acusou-o de fazer alianças com políticos que tramaram o impeachment de Dilma. Insinuou que Lula conspirou pela queda de sua pupila.

Ex-ministro de Lula e Dilma, Lupi absteve-se de comentar os ataques corrosivos de Ciro: "Cada um tem seu estilo de fazer campanha e de emitir suas opiniões". Deu de ombros para a desconexão entre a pregação antipetista de Ciro e a abertura de palanques estaduais do PDT para Lula. "Na campanha da televisão vai estar o 12, número do Ciro."

A certa altura, Lupi declarou que algo parecido já aconteceu em 2018. Mencionou o exemplo do Ceará, berço político de Ciro. O candidato a governador era o petista Camilo Santana, recordou o mandachuva do PDT. O candidato ao Senado era Cid Gomes, irmão de Ciro.

Para Lupi, Lula foi um "bom presidente", pois "gerou muito emprego para os pobres" e "fez uma política social muito boa". Em contrapartida, "foi também o presidente que mais fez o sistema financeiro ganhar dinheiro." Nada que impeça o PDT de se aliar a Lula num hipotético segundo turno travado entre o candidato do PT e Bolsonaro, ou opções "adjacentes", como Sergio Moro e João Doria.

Vai abaixo a íntegra da entrevista de Carlos Lupi. O trecho em que ele fala sobre o palanque duplo nos estados (começa em 23:37, prolongando-se até 27:52).