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Bolsonaro cometeu crime, diz PF. E daí? Nada!
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A delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro encerrou o inquérito sobre o vazamento de dados sigilosos da Polícia Federal. Concluiu que Bolsonaro cometeu crime de violação de sigilo funcional. Segundo ela, o presidente divulgou e deturpou investigação sobre um ataque hacker ao TSE. Fez isso com o objetivo de espalhar falsidades sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. Tudo somado, nada acontecerá com o presidente. Bolsonaro dispõe de um sistema de blindagem que o tornou um personagem invulnerável.
Denisse Ribeiro não promoveu o indiciamento de Bolsonaro, pois o presidente dispõe de prerrogativa de foro. As conclusões da delegada subiram à mesa do ministro Alexandre de Moraes. Relator do caso no Supremo Tribunal Federal, Moraes requisitou a manifestação do procurador-geral da República, Augusto Aras. O doutor dispõe de duas alternativas: pode optar pelo arquivamento do caso ou pela formalização de denúncia contra Bolsonaro perante a Suprema Corte.
Sinalizando o arquivamento, Aras mataria o assunto. Na improvável hipótese de optar pela denúncia, o Supremo teria de pedir autorização aos deputados para processar o presidente. Nesse caso, a encrenca seria transferida para o gabinete de Arthur Lira, o réu que preside a Câmara.
Aliado de Bolsonaro, Lira não teria pressa para ouvir o plenário. A aprovação do pedido de licença para processar o presidente da República requer dois terços dos votos da Câmara. Significa dizer que 342 dos 513 deputados precisariam votar a favor.
Para impedir que essa maioria seja alcançada, bastaria a Bolsonaro seduzir 171 votos. Seus aliados nem precisariam se expor em plenário, pois abstenções e ausências favorecem o acusado.
Dono de uma base congressual bem remunerada, a chance de Bolsonaro sofrer uma derrota dessa magnitude na Câmara é inexistente. Alvejado por acusações mais cabeludas, Michel Temer enterrou na Câmara, sem Orçamento paralelo e emendas secretas, duas denúncias da Procuradoria.
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