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Após morte de petista, Bolsonaro ressuscita o marketing da facada de 2018
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Menos de uma semana depois do assassinato do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu, Bolsonaro decidiu ressuscitar o marketing da facada. Achou que seria uma boa ideia voar até Juiz de Fora, a cidade onde Adélio Bispo o esfaqueou, em setembro de 2018. O staff da campanha desaconselhou. Bolsonaro simulou concordância. Mas, como de hábito, deu de ombros, incluindo a viagem na sua agenda desta sexta-feira.
O pretexto para o deslocamento é a participação de Bolsonaro numa convenção evangélica das Assembleias de Deus. O que dá à iniciativa ares de provocação é o fato de Bolsonaro ter usado a facada para se distanciar do morto petista. Acusado de industrializar o ódio que levou seu simpatizante a passar nas armas o tesoureiro o PT em Foz do Iguaçu, Bolsonaro atribuiu a intolerância política à esquerda. Fez pose de vítima, recordando que seu esfaqueador é um ex-militante do PSOL.
Bolsonaro ainda não havia retornado a Juiz de Fora desde a campanha passada. Mas já revisitou o caso do atentado que sofreu em 2018 incontáveis vezes. É como se desejasse incluir a faca no enredo de 2022. Com isso, Bolsonaro recuperaria os dois fatores aos quais ele atribui importância vital para a vitória na eleição passada: o antipetismo e o "efeito facada." Dispunha de oito segundos de propaganda na TV. Esfaqueado, passou a desfrutar de uma exposição de 24 horas diárias no noticiário. Fez campanha sem sair da cama do hospital.
O problema é que a conjuntura mudou. O eleitor anti-PT ainda existe. Mas a rejeição de 55% que o Datafolha atribui a Bolsonaro indica que surgiu uma legião de eleitores antibolsonaristas.
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