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Tchutchuca, Bolsonaro briga com o espelho ao se desentender com cabo Wilker
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Nada mais adequado para definir o relacionamento de Bolsonaro com o centrão do que o termo carinhoso "tchutchuca". Ninguém melhor para pespegar o apelido no capitão do que o influenciador Wilker Leão de Sá, um cabo que deixou o Exército com fama de encrenqueiro para tentar a sorte na política. Ambiciona uma cadeira na Câmara. Ao se desentender com um personagem à sua imagem e semelhança, Bolsonaro brigou com sua própria imagem no espelho.
Um presidente pode conviver com o centrão por obrigação protocolar. Ou por uma noção canhestra de esperteza política. Qualquer cabo entenderia isso. Mas ir atrás do centrão, cortejar o centrão, sentar praça no partido do Valdemar, entregar a chave do cofre ao Ciro, mimar o Lira com orçamento secreto... Só um presidente tchuthuca seria capaz de governar sob atmosfera tão voluptuosa.
Num instante em que Bolsonaro enxerga um comunista comedor de criancinhas em cada adversário, o cabo Wilker veio à boca do palco para gritar que o capitão oferece sem pudores a aliados velhacos todos os prazeres que o déficit público for capaz de financiar.
O alerta corre o mundo, desafiando a imprensa internacional a encontrar uma tradução para "tchutchuca". O francês Le Figaro, ecoando a AFP, foi ácido: "Putain du Centrao", prostituta do Centrão. O argentino Página/12 foi, digamos, carinhoso: "Perrita del Centrão", cadelinha do Centrão.
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