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Josias de Souza

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Maioria do eleitorado de Ciro Gomes e da terceira via namora o voto útil

Colunista do UOL

13/09/2022 09h36

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A oscilação positiva de dois pontos percentuais que o Ipec (ex-Ibope) atribuiu a Lula (46%) ressuscitou a esperança do petismo de derrotar Bolsonaro (31%) no primeiro turno. Nessa pesquisa, Lula obtém 51% dos votos válidos, quando são descontados os brancos e os nulos. Isso caracteriza uma vitória na margem de erro. A mesma sondagem sinaliza que, para transformar uma possibilidade estatística em realidade, Lula terá que seduzir eleitores de Ciro Gomes e dos candidatos da chamada terceira via.

Segundo o Ipec, 80% dos eleitores declaram que sua opção de voto é definitiva. O grau de certeza é ainda mais sólido no eleitorado de Lula (86%) e de Bolsonaro (84%). A convicção se desmancha em relação aos outros candidatos. Mais da metade do eleitorado de Ciro Gomes (52%) afirma que ainda pode mudar de voto. A flacidez é ainda maior entre os eleitores dos demais candidatos: 60% flertam com a mudança de opção.

Ciro aparece na pesquisa com 7% das intenções de voto, contra 8% que havia somado na semana passada. Simone Tebet estacionou em 4%. Soraya Thronicke e Felipe D'Ávila amealharam 1% cada. A atmosfera de fim de feira que envolve essas candidaturas leva os eleitores a olhar em volta à procura de alternativas. Mais bem posto e menos rejeitado do que seu adversário, Lula intensifica a busca pelo voto útil. Se pescar metade do eleitorado de Ciro, coloca um pé de volta no Planalto no primeiro turno. Se conseguir seduzir eleitores de Simone Tebet, coloca os dois pés.

Se a polarização for esticada para o segundo turno, Lula conservará o favoritismo. Hoje, somaria 53% dos votos, contra 36% atribuídos a Bolsonaro. Na transição entre um turno e outro, Bolsonaro cresceria cinco pontos, alcançando um teto baixo para quem ocupa a Presidência e cavalga a máquina federal sem pudores.

Num instante em que o comitê da reeleição tenta ressuscitar o antipetismo de 2018, o eleitor sinaliza a intenção de converter o antibolsonarismo na maior força política de 2022.

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