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Josias de Souza

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Armínio, Malan e Bacha mostram que Lula desrespeita a lógica, não o mercado

Colunista do UOL

18/11/2022 09h50

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Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central; Edmar Bacha, ex-presidente do BNDES; e Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda, são três brasileiros respeitáveis que sabem fazer conta. Apoiaram Lula contra Bolsonaro. Agora, farejam na retórica do presidente eleito um cheiro de queimado que os levou a lhe endereçar uma carta pública. O texto indica que o flerte de Lula com a demagogia fiscal não desrespeita o mercado, mas a lógica.

Partindo de uma constatação óbvia —"Não dá para conviver com tanta pobreza, desigualdade, e fome no Brasil"— os economistas chegaram a uma conclusão evidente —"O desafio é tomar providências que não criem problemas maiores do que os que queremos resolver". Os três afirmam na carta, com outras palavras, mais ou menos o seguinte: quando atira contra o mercado —"Vai cair a Bolsa? Aumentar o dólar? Paciência!"—, Lula acerta a cabeça do brasileiro pobre.

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Falam de uma realidade que qualquer brasileiro que já esteve pendurado no cartão de crédito ou no cheque especial consegue entender. O governo é financiado pela dívida pública. O que vem por aí são as bombas fiscais armadas sob Bolsonaro. Sem responsabilidade, a coisa explode. "Quando o governo perde o seu crédito, a economia se arrebenta", escreveram Armínio, Bacha e Malan. "Quando isso acontece, quem perde mais? Os pobres!", eles realçaram.

Ex-integrantes do governo FHC, os economistas recordaram na carta o apoio que deram à candidatura de Lula. Ao que parece, não consideram razoável que, depois de surfar o movimento suprapartidário que lhe rendeu a vitória por uma diferença magra de 2,1 milhões de votos, Lula queira tomar decisões consultando apenas a si mesmo.

A história mostra que a demagogia fiscal que frequenta a retórica de Lula é o caminho mais longo entre um projeto social e a sua realização. O presidente eleito pensa que está agredindo o mercado. Mas desrespeita a lógica.

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