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Mentiras de Bolsonaro ao STF oferecem material para inquérito do genocídio
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O governo Bolsonaro não escancarou a reserva Yanomami para o garimpo ilegal nem abandonou os indígenas à própria sorte. Apenas mentiu um pouco. O Supremo Tribunal Federal diz ter identificado indícios de que a gestão Bolsonaro forneceu informações falsas à Justiça sobre assistência e proteção à comunidade Yanomami e a outros seis povos indígenas. Num português de boteco, o que o Supremo está dizendo é que, sob Bolsonaro, um personagem que mente até quando está sozinho, o governo ludibriou (passou a perna) a Suprema Corte.
A administração Bolsonaro simplesmente descumpriu determinações aprovadas pelo Supremo desde 2020 para impedir o garimpo ilegal e levar assistência às áreas indígenas. O ministro Luís Roberto Barroso, relator de ações sobre o tema no Supremo, deseja apurar as falsidades. Afirma que, identificados os mentirosos, eles serão punidos.
O Supremo havia determinado que o governo federal implementasse um plano de enfrentamento à Covid em áreas indígenas, inclusive na terra Yanomami. O plano incluía assistência à saúde, com vacinação prioritária, segurança alimentar e criação de barreiras sanitárias para evitar a presença de garimpeiros. Noutra decisão, Corte ordenou a expulsão de invasores de sete terras indígenas. Entre elas, de novo, a dos Yanomami.
Em relatório enviado ao Supremo, o Ministério Público Federal informou que perícias feitas nas terras Yanomami revelam que as ordens judiciais foram menosprezadas. A Advocacia-Geral da União entregou à Corte entregou a Barroso manifestação que ecoa as críticas da Procuradoria.
Um político jamais deve dizer uma mentira que não possa provar. As imagens que expõem ao mundo yanomamis doentes e famélicos transformam Bolsonaro e seus cúmplices em mentirosos indefesos. Suas mentiras fornecem material para o inquérito sobre genocídio que a Polícia Federal abriu nesta semana.
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