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'3º turno' no Senado desmoraliza o Legislativo
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A transformação da disputa entre Rodrigo Pacheco e Rogério Marinho numa espécie de terceiro turno de 2022 faz da sucessão interna do Senado um processo de desmoralização do Poder Legislativo. Lula e Bolsonaro desceram para o centro de um ringue em que medem forças dois astros do finado Orçamento Secreto, que os parlamentares tramam ressuscitar em outro formato.
Em telefonemas disparados desde o exílio de Orlando, Bolsonaro pede votos para Marinho —um ex-ministro do Desenvolvimento Regional, superior hierárquico da Codevasf, antro de negócios escusos com verbas sigilosas. Lula opera em favor da reeleição de Rodrigo Pacheco, que chegou à poltrona há dois anos, impulsionado por liberações do orçamento secreto. Coisa operada pelo antecessor Davi Alcolumbre, um ex-bolsonarista que se oferece como operador do governo Lula.
Prestes a ser premiada com contracheque mensal de R$ 39 mil do PL, Michelle Bolsonaro compareceu a um jantar de apoio a Marinho na noite de segunda. Numa ligação com vídeo, colocou o marido na cena. Bolsonaro disse aos correligionários que seu projeto conservador é "imorrível". Ou o Brasil sepulta o projeto de Bolsonaro ou o bolsonarismo aniquila o país.
Pelas contas do Planalto, o favoritismo de Pacheco não foi abalado. A despeito disso, o medo de traições levará cinco ministros a se licenciarem dos cargos para votar no preferido de Lula: Flávio Dino (Justiça), Camilo Santana (Educação), Renan Filho (Transportes), Carlos Fávaro (Agricultura) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).
De resto, o Planalto compra fidelidades no Senado acelerando as nomeações de apadrinhados de senadores para o segundo escalão de órgãos públicos. Há um déficit estético na sucessão interna do Senado. Falta à disputa algo que se pareça com interesse público.
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