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Lula deixou seu governo zonzo ao fazer da limonada um limão no caso do PCC
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Sergio Moro desperta em Lula os instintos mais primitivos. Quando se refere ao inimigo, o presidente troca o cérebro pelo fígado. Fala dez vezes antes de pensar. Ao tratar como farsa o plano do PCC para sequestrar e eliminar Moro e outras autoridades, Lula conseguiu uma proeza indigesta: fez da limonada um limão. Deixou zonzos o governo e seus aliados. Tirou o bolsonarismo das cordas. E prolongou os holofotes de Moro.
Como qualquer político de palavra fácil, Lula flerta constantemente com a maldição do cano furado. O cano danificado desperdiça água. Gente como Lula às vezes esbanja tolices. Não bastasse ter declarado que idealizou na cela de Curitiba o momento em que conseguiria "foder esse Moro", resolveu afirmar sem provas que a trama do PCC é "uma armação do Moro".
Lula soltou do cabresto uma tese que seus assessores tentavam manter aprisionada nos bastidores. Parecia inconformado com duas coincidências: 1) A operação contra o PCC foi deflagrada um dia depois de ele ter revelado o desejo de fornicar Moro. 2) A magistrada responsável pelo caso é Gabriela Hardt, que foi juíza auxiliar de Moro na vara da Lava Jato.
Ao jogar a tese do complô no ventilador, Lula carbonizou o esforço do ministro da Justiça Flávio Dino para converter a eficiência da Polícia Federal num ativo político. Nesta sexta-feira, Dino teria uma conversa com Lula no Planalto. Marcado antes de o presidente ser diagnosticado com pneumonia, o encontro teria a participação dos líderes do governo no Congresso, o vice-presidente Geraldo Alckmin e outros cinco ministros. A encrenca do PCC, que não estava na pauta, tornara-se um tema incontornável.
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