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Falta a Fernando Haddad dar nome aos jabutis
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Ecoando Lula, Fernando Haddad disse que o objetivo do seu esqueleto fiscal é colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda. Seria um grande feito, pois o imposto de renda no Brasil virou um mecanismo de tirar dinheiro de quem não consegue escapar.
Em certos momentos, o tambor do ministro da Fazenda soou como violino. "Vamos fechar os ralos do patrimonialismo brasileiro". Segundo Haddad, a estrutura tributária foi invadida por jabutis. Como jabutis não sobem em árvore, resta saber quem os colocou lá.
Graças à concessão de isenções tributárias, o Fisco deixa de arrecadar mais de R$ 350 bilhões por ano. O ministro precisa dar nome aos jabutis e aos seus donos. Antes disso, qualquer avaliação sobre as chances de êxito do plano do governo será um exercício de quiromancia.
O esqueleto fiscal de Fernando Haddad ambiciona contas no azul com crescimento dos gastos públicos todos os anos. Para atingir esse nirvana orçamentário, espera-se obter arrecadação adicional de até R$ 150 bilhões. Tudo isso sem criar impostos nem aumentar os já existentes, só caçando jabutis.
Manejando metáforas diferentes, Paulo Guedes enxergou o patrimonialismo que incomoda Haddad quando disse que "piratas privados, burocratas corruptos e criaturas do pântano político se associaram contra o povo brasileiro."
Ao final da gestão Bolsonaro, as criaturas do centrão haviam arrastado para o pântano o liberalismo do Posto Ipiranga. E os piratas do patrimonialismo, bem servidos, silenciavam diante das pedaladas eleitorais do capitão. Haddad lida com a mesma fauna.
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