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Agilidade de Cappelli expõe, por contraste, a debilidade do general no GSI
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Horas antes do retorno de Lula da viagem que fez a Portugal e Espanha, Ricardo Cappelli, chefe interino do Gabinete de Segurança Institucional, entregou a "faxina" que o presidente lhe havia encomendado na quinta-feira passada, antes de embarcar para o exterior. Removeu na quarta-feira 29 gatos bolsonaristas que remanesciam na tuba do Gabinete de Segurança Institucional. Nesta quinta-feira, foram exonerados mais 58 militares. Cappelli realizou em uma semana a limpeza funcional que o general Gonçalves Dias se absteve de fazer em três meses e meio de inoperância.
Dos 29 exonerados por Cappelli na quarta, 24 são militares, três policiais, um bombeiro e um paisano. Três comandavam secretarias nacionais desde a gestão passada, quando o GSI era chefiado pelo general ultrabolsonarista Augusto Heleno. Os outros 26 ocupavam cargos de direção. Alguns sobreviveram na folha do GSI mesmo tendo participado, como Gonçalves Dias, do vexame que transformou o Planalto em alvo indefeso durante a invasão criminosa de 8 de janeiro.
Na política, como na vida, aqueles que arrumam desculpas para dizer que alguma coisa não pode ser feita geralmente são surpreendidos por alguém fazendo a coisa. Antes de enviar o lote de exonerações para o Diário Oficial, Cappelli já havia fornecido ao Supremo Tribunal Federal os nomes dos militares pilhados desfilando uma cumplicidade complacente em meio aos invasores.
De resto, foi a partir de uma provocação de Cappelli que o ministro do Supremo Alexandre de Moraes determinou a divulgação das filmagens captadas no dia do quebra-quebra pelas câmeras do Planalto. Gonçalves Dias havia colocado as cenas sob um sigilo de cinco anos. Não fosse a passividade de Lula com a obscuridade inativa de Gonçalves Dias, seu amigo de duas décadas, o governo talvez não tivesse caído de ponta-cabeça numa CPI mista do golpe.
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