Apaziguamento de Lula com Lira custa ao Tesouro R$ 20,5 bilhões
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Após um período de estranhamento, Lula apaziguou suas relações com Arthur Lira. Deu-se num encontro que entrou pela noite de quinta-feira, no Palácio da Alvorada. Além dos presidentes da República e da Câmara, participaram da conversa ministros e líderes de partidos do centrão.
Chegou-se ao apaziguamento graças à decisão de Lula de reabrir os cofres do Tesouro para os parlamentares. Lula recuou no veto que havia imposto a um calendário do Legislativo que obrigava o governo a pagar emendas orçamentárias em tempo para que os parlamentares pudessem faturar politicamente as liberações em cima dos palanques das eleições para vereadores e prefeitos.
Em discurso feito na reabertura do ano do Legislativo, no início do mês, Lira rosnou para o Planalto. Disse que o Orçamento é "de todos", não do Executivo. Num movimento muito parecido com uma rendição, Lula decidiu editar decreto prevendo a liberação de verbas, mês a mês, até 30 de junho. A legislação eleitoral proíbe o repasse de recursos federais a partir dessa data.
Após o encontro com Lula, o coordenador político do Planalto e parlamentares informaram que o decreto do presidente despejaria nas bases eleitorais dos congressistas R$ 14,5 bilhões em verbas das áreas da Saúde e da assistência social.
Nesta sexta-feira, veio à luz um decreto ainda mais generoso. Prevê a liberação de R$ 20,5 bilhões até o final de junho emendas individuais (R$ 12,5 bilhões), de bancadas (R$ 4,3 bilhões) e de comissões (R$ 3,7 bilhões). Alega-se nos bastidores que, bem pagos, os parlamentares facilitarão a tramitação congressual de propostas que interessam ao Ministério da Fazenda.
Falta ao restabelecimento do fluxo do toma lá, dá cá um esclarecimento qualquer sobre o destino e a eficácia do escoamento das emendas. O histórico das transações revela que parte da verba costuma sair pelo ladrão, convertendo-se em matéria-prima para inquéritos da Polícia Federal.
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