Na Prefeitura de SP, a tentativa de honestidade cai em tentação
Nas grandes emergências que afligem São Paulo, enquanto o paulistano entorna lágrimas, a prefeitura derrama verbas públicas em contratos crivados de suspeição. Nas licitações emergenciais realizadas sob Ricardo Nunes, as empresas não enfrentam a concorrência. Elas firmam acordos para eliminar a competição.
Reportagem do UOL sinaliza que a moralidade é uma virtude ameaçada de extinção na prefeitura de São Paulo. Ali, os negócios com indícios de combinação somam R$ 4,3 bilhões —ou 87% do total contratado. Se a responsabilidade e a prudência marcassem encontro na prefeitura, cairiam num buraco assim que chegassem.
A Prefeitura de São Paulo revela-se incapaz de planejar as obras em encostas, margens de córregos, galerias pluviais, passarelas e pontes. Mas os planejadores do município são geniais na organização das concorrências emergenciais isentas de competição.
Procurado, o prefeito Ricardo Nunes terceirizou as explicações à Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras. Ouvido, o chefe do setor, Marcos Monteiro, declarou-se surpreso. "O que você pode fazer para controlar isso?", ele perguntou. "Nossa obrigação é tentar entender a dinâmica das coisas e tentar evitar."
O bloqueio de negócios malcheirosos é obrigação da administração pública. Quando o Estado se limita à tentativa de evitar, a honestidade acaba caindo em tentação.
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