Josias de Souza

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Lula deixa entrevista com Nísia para não falar sobre Petrobras

Lula convocou a imprensa na manhã desta segunda-feira para levar à vitrine novidades sobre a Saúde. Elogiou a ministra Nísia Trindade. Enalteceu a elevação do número de médicos do programa Saúde da Família de 13 mil para 25 mil no primeiro ano de governo. Vacinou-se contra a gripe. Caçoou de Bolsonaro: "Não vira jacaré". Bateu em retirada antes da primeira pergunta.

Com isso, Lula esquivou-se de responder a incontornáveis questionamentos sobre a Petrobras e a alegada intenção de levar à bandeja a cabeça do presidente da companhia, Jean Paul Prates. Para justificar a fuga, insinuou que não desejava fornecer material que pudesse desviar o foco dos repórteres da pauta da Saúde. "A experiência é que se eu falar bobagem, vira manchete", declarou.

Lula convocara para a noite de domingo uma reunião no Alvorada com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Pimenta (Comunicação Social). Cancelou o encontro depois que ganhou o noticiário a informação de que a eventual troca de comando na Petrobras seria debatida numa conversa ornamentada pela ausência de Jean Paulo Prates.

O problema da estratégia adotada por Lula é que os fatos não deixam de existir apenas porque são momentaneamente ignorados pelo protagonista. Não faz nexo que o presidente da República mantenha a maior estatal do país na ribalta como um conglomerado acéfalo. Lula pode abominar a realidade, mas ela continua sendo o único lugar onde se pode obter a estabilidade indispensável ao funcionamento de uma companhia de capital aberto, com papeis negociados na Bolsa.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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