Josias de Souza

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Opinião

Com ministério da reconstrução, Lula atrai dilúvio para o Planalto

Lula atraiu as enchentes gaúchas para dentro do Palácio do Planalto. Fez isso ao optar pela criação do Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. Adota na gestão da tragédia ambiental um comportamento oposto ao que foi exibido por Bolsonaro durante a pandemia.

No conteúdo, Lula acerta em cheio ao desqualificar, por contraste, o sadismo que veio antes. Na forma, Lula erra ao iniciar com o pé esquerdo a implementação do seu plano para federalizar a hecatombe ambiental. Politizou a tragédia ao indicar para ministro do dilúvio o petista Paulo Pimenta, candidato não declarado ao governo gaúcho em 2026. Um nome menos partidário evitaria curtos-circuitos.

Em vez de inventar um ministério extraordinário, Lula poderia ter cogitado a formação de um comitê tripartite. Nele, um representante de Brasília defenderia os pontos de vista do governo federal num colegiado em que soariam também as vozes do governador tucano Eduardo Leite e dos prefeitos de cidades invadidas pelas águas.

Na pandemia, ao se apresentar como um estorvo para um país que precisava cuidados científicos e tranquilidade político, Bolsonaro tornou-se candidato favorito à derrota em 2022.

Pesquisa Quaest informou que a maioria dos brasileiros (55%) avalia que Lula não merece ser reeleito. A comoção produzida pela enchente gaúcha se apresentou como uma oportunidade para Lula demonstrar o contrário. Já mostrou que não tem medo de tempestade. Resta saber como conduzirá o barco.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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