Josias de Souza

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Opinião

Marçal consolida cercadinho bolsonarista sem Bolsonaro

O Datafolha desta quinta-feira solidificou Pablo Marçal como principal fenômeno do processo eleitoral de 2024. Cavalgando uma milícia digital remunerada, ele subiu na velocidade do algoritmo. Numericamente à frente de Ricardo Nunes (19%), Marçal (21%) já se insinua como candidato favorito a disputar a prefeitura de São Paulo contra Guilherme Boulos (23%) num hipotético segundo turno.

No geral, Marçal cresceu sete pontos em duas semanas. No eleitorado que se diz bolsonarista, o salto foi de 15 pontos. Com método, bateu em Boulos abaixo da linha da cintura para se fixar como contraponto ultraconservador ao esquerdismo de Boulos. Travou a máquina municipal de Nunes. Estilhaçou o prestígio televisivo de Datena. E interditou a via de Tabata Amaral rumo ao centro.

A ascensão meteórica de Marçal impõe perdas a todos os rivais, com maior impacto sobre o comitê de Nunes. Mas as maiores vítimas são Bolsonaro e a Justiça Eleitoral. Na campanha de Marçal, o crime eleitoral compensa. A Justiça tarda, mas não chega. A desmoralização do Judiciário cresce na proporção direta da ascensão de Marçal.

O capitão perde porque Marçal estruturou em São Paulo um cercadinho bolsonarista sem Bolsonaro. Seu projeto exala um aroma de 2026. Enganchado à megacoligação de Nunes, o "mito" troca farpas com uma cópia piorada. É como se Bolsonaro provasse do próprio veneno esperando que sua imitação morra.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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