Reação de Marçal a aviso do TSE é um flerte com a inelegibilidade
A manifestação da ministra Cármen Lúcia foi ácida. "Há que se exigir, em nome do eleitorado brasileiro, que candidatos e seus auxiliares de campanha deem-se ao respeito", disse a presidente do TSE. "E se não se respeitam, respeitem a cidadania brasileira, que ela não está à mercê de cenas e práticas que envergonham e ofendem a civilidade democrática."
A ministra não deu nome aos bois, mas mandou um aviso à manada. Disse ter enviado ofício à Polícia Federal, ao Ministério Público e aos presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais exigindo que tenham "celeridade", "prioridade" e "efetividade" nas investigações e julgamentos referentes à violência nas eleições municipais.
Destinatário óbvio da mensagem da chefe da Justiça Eleitoral, Pablo Marçal não se deu por achado. Expulso na véspera de um debate em que sua baixaria foi enfeitada pelo soco do seu cinegrafista no rosto do marqueteiro de Ricardo Nunes, o baderneiro enxergou nas palavras de Cármen Lúcia reprimendas para os outros, não para ele.
"Eles precisavam ouvir esse puxão de orelha", disse Marçal. Fingindo-se de morto, referia-se ao rival José Luiz Datena, de quem recebeu uma cadeirada; ao marqueteiro Duda Lima, que levou seis pontos no supercílio; e ao cinegrafista Nahuel Medina, o assessor que deu o soco.
Habitualmente direta, Cármen Lúcia foi ao ponto: "A agressão física, os atentados contra pessoas - em especial contra mulheres - e todas as agressões praticadas no processo eleitoral e que vêm aumentando em demonstração de ensurdecedor retrocesso civilizatório não serão tolerados por essa Justiça Eleitoral". Expôs a zanga de uma mulher da lei. Ao ignorá-la, Marçal cutuca o TSE com o pé para ver se ele morde. O último que fez isso, Bolsonaro, foi banido das urnas até 2030.
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