Sob Lula, Alcolumbre fez tchan, tchun e tchan-tchan-tchan-tchan
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Como no antigo comercial de lâmina de barbear, Davi Alcolumbre executou três golpes no Ministério das Comunicações. No primeiro fez tchan, indicando Juscelino Filho, um escândalo que chegou pronto à Esplanada. No segundo fez tchun, com o apadrinhamento de Pedro Lucas, um quase-ex-futuro-ministro que se desnomeou duas semanas depois de dizer "sim" a Lula. No terceiro, tchan-tchan-tchan-tchan... Emplacou a nomeação de Frederico Siqueira, um "técnico" que subordinará suas ações às conveniências políticas do padrinho.
Sempre que Alcolumbre estufa o peito como uma segunda barriga e torce o nariz para alguma coisa, o Planalto treme. Sob Bolsonaro, o senador ajudou a estruturar o orçamento secreto. Fornecia aos colegas a chave mestra que abria todos os cofres.
Sob Lula, Alcolumbre armou suas barracas em dois ministérios —além das Comunicações, estabeleceu-se na pasta do Desenvolvimento Regional. Continuou mandando, e sobretudo, desmandando na Codevasf, uma estatal onde o dinheiro público sai pelo ladrão. Trama desalojar Alexandre Silveira das Minas e Energia. Nenhum novo diretor de agência reguladora é nomeado sem o seu aval.
Vai ficando claro que Lula não tem um aliado na chefia do Senado. Alcolumbre é que tem o presidente da República. A vida pública do senador nunca é do interesse de ninguém. O país é que atrapalha sua vida privada. A República tornou-se um puxadinho da cozinha de Alcolumbre, num processo muito parecido com o que os historiadores costumam chamar de patrimonialismo.
As concessões feitas a Alcolumbre não elevaram a autoridade de Lula. Ao contrário, rebaixaram o pé direito do gabinete presidencial. Ao retardar o afastamento de Juscelino, Lula revelou-se intelectualmente lento. Ao dar de ombros para a desfeita de Pedro Ivo, mostrou-se politicamente devagar. Ao digerir como opção técnica uma nova impostura política, Lula tornou-se moralmente ligeiro. Para um presidente que prometera um terceiro mandato exemplar, qualquer dessas velocidades é um insulto.
3 comentários
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Alcides da Silva Alcantara
Triste, melancólico ver o Lula, com 50 anos de estrada, três mandatos de presidente, refém do rotundo e abusado presidente do Senado. Se Lula não se dá ao respeito (e não se dá mesmo) deveria pelo menos respeitar o país. É assim, rastejando, que ele quer postular um 4o. mandato?
Cleilson Ribeiro de Oliveira
O COLUNISTA PARA PRESIDENTE EM 2026 o homem que sabe tudo e entende de tudo. SEREMOS GRANDES COM o colunista careca. Levante dessa cadeira e lute pelo Brasil.