Esquerda e direita levam 25 mil às ruas, mas povo não apareceu
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Organizações de esquerda e partidos simpáticos a Lula levaram 6,6 mil pessoas à Paulista neste domingo. Muito menos do que as 18,3 mil pessoas que foram ouvir Bolsonaro na praia de Copacabana há duas semanas. Somando-se os públicos dos dois atos, contabilizados pelo Monitor do Debate Político, havia quase 25 mil pessoas na rua. Mas o povo não foi à avenida.
Todos sabem que o futuro da proposta da anistia depende da vontade do asfalto. No Brasil, a rua não costuma ficar de fora das crises quando elas se agravam. No momento, são eloquentes os sinais de que o povo está mais preocupado com o preço do ovo.
A manifestação de Copacabana era depositária da esperança de Bolsonaro, que luta por uma anistia que o livre da cadeia. A multidão não era sequer representativa do eleitorado do capitão, mas uma amostra do seu estrato mais radicalizado. A anistia não interessava nem à turma do carro de som. Tarcísio de Freitas, por exemplo, está de olho no espólio político do criador, não na clemência.
O ato da Paulista foi um esforço da esquerda para impedir que o outro lado monopolize o asfalto. "Anistia é o escambau", vociferou Guilherme Boulos. Em fevereiro, o PT e seus satélites se uniram ao PL de Bolsonaro para alçar à chefia da Câmara Hugo Motta. O deputado pertence ao centrão, fiel da balança no debate sobre anistia. Perde tempo quem espera que as ruas consagrem as mumunhas brasilienses.
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