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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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SP: Acusados de matar advogado ao roubar celular são condenados a 30 anos

Rafael de Paula Carneiro Ribeiro, advogado assassinado em São Paulo - Arquivo Pessoal
Rafael de Paula Carneiro Ribeiro, advogado assassinado em São Paulo Imagem: Arquivo Pessoal

Colunista do UOL

07/11/2022 08h44

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A Justiça de São Paulo condenou a 30 anos de prisão os três homens acusados de matar o advogado Rafael de Paula Carneiro Ribeiro, 45. A vítima foi assassinada a tiros na frente da namorada após entregar o telefone celular exigido pelos criminosos.

O latrocínio (roubo seguido de morte) aconteceu no dia 20 de agosto de 2021, na rua Atibaia, em frente ao número 386, no Pacaembu, zona oeste de São Paulo. Câmeras de segurança da região filmaram a ação. As imagens ajudaram a identificar os autores do crime. O trio tem antecedentes por roubos.

Na última sexta-feira (4), o juiz Fernando Augusto Andrade Conceição, da 14ª Vara Criminal, condenou os réus Wellington Santos de Jesus, 32, Patrick Aurélio Fialho, 27, e Igor Aparecido Pereira Santos, 27. O magistrado não concedeu aos acusados o direito de recorrer da decisão em liberdade, ou seja, vão continuar presos.

Igor estava foragido, mas foi preso em março deste ano, após ser flagrado com um iPhone roubado de outra vítima. O processo movido contra ele pelo assassinato de Rafael acabou desmembrado, mas ele também foi condenado a 30 anos.

A reportagem não conseguiu localizar os advogados de Wellington, Patrick e Igor, mas publicará na íntegra a versão dos defensores deles assim que houver uma manifestação.

Extorsões via Pix

Segundo investigações policiais, Rafael e a namorada passeavam com um cachorro quando os ladrões chegaram em um Hyundai i30. Wellington desceu do veículo e anunciou o roubo. O assaltante queria roubar o telefone celular da vítima para fazer transferências via Pix.

O advogado entregou o equipamento. Wellington ordenou que ele desbloqueasse o aparelho. Rafael e o criminoso entraram em luta corporal. O assaltante sacou a arma e atirou nele. Na sequência, o autor dos disparou entrou no Hyndai e fugiu com os comparsas.

Wellington não conseguiu levar o celular do advogado. Na fuga o telefone móvel de Igor caiu no chão. O aparelho do comparsa foi apreendido. Peritos analisaram o equipamento e encontraram mensagens trocadas entre os três criminosos no grupo de WhatsApp.

Patrick fugiu para Curitiba e se escondeu na casa da mãe, onde foi preso. Policiais capturaram Wellington na zona sul paulistana. Em depoimento na fase de inquérito policial, ambos confessaram a participação no crime.

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) apurou que Wellington, Patrick e Igor costumavam roubar telefones celulares na capital e região metropolitana para extorquir dinheiro das vítimas, por meio de transferências via Pix.

Nas alegações finais do processo, a defesa de Patrick pediu a desclassificação do crime de latrocínio, sustentando que o acusado não atirou na vítima. Já o advogado de Wellington insistiu pela absolvição do cliente por entender que o réu foi coagido a confessar o crime e que não havia provas contra ele.

Rafael deixou uma filha de 10 anos. Segundo o DHPP, ele a namorada mantinham um relacionamento amoroso havia quatro anos.