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Integrante do PCC é acusado por tráfico de drogas e sequestro em Portugal
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O brasileiro Wanderson Machado de Oliveira, 34, o Pen Drive, apontado como integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) está preso desde setembro deste ano em Portugal, onde é investigado pela Polícia Judiciária pelos crimes de tráfico internacional de drogas e sequestro.
Policiais lusitanos apuraram que Oliveira e seus comparsas haviam sequestrado por engano um brasileiro e um português. A dupla foi acusada pelos narcotraficantes de ter desviado 240 kg de cocaína da quadrilha no porto de Sines.
A droga, procedente do Brasil, estava escondida em uma carga lícita de café e foi apreendida pelas autoridades tributária e aduaneira. Oliveira e seus parceiros não tinham conhecimento da apreensão e por isso sequestraram os dois homens, pensando que eles haviam se apropriado da cocaína.
A Polícia Judiciária e a Unidade Nacional de Contraterrorismo de Portugal investigaram o sequestro e libertaram a dupla no mesmo dia do arrebatamento. Ambos, no entanto, passaram a ser investigados também por tráfico de drogas e acabaram presos na última sexta-feira (12).
A prisão de Oliveira foi mantida em sigilo e o caso só se tornou público agora. O brasileiro está em Portugal desde março deste ano e ao ingressar naquele país apresentou uma proposta falsa de trabalho. A empresa citada por ele era fictícia.
O avanço do PCC em Portugal preocupa as autoridades locais, conforme divulgou esta coluna em 12 de julho deste ano. Relatório do Departamento de Estado norte-americano diz que os primeiros indícios da presença da facção brasileira em terras portuguesas surgiram em 2009.
Lavagem de dinheiro em Santos
Em Santos (SP), Oliveira é investigado pelos crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. No dia 14 de março, policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele e apreenderam notebooks e pastas com diversos documentos.
Segundo investigações da Polícia Federal do Brasil, ele é integrante do PCC e já foi processado na Baixada Santista sob a acusação de ter utilizado a logística da facção criminosa para exportar a droga à Europa via porto de Santos (SP).
Em 4 de setembro de 2017, a PF o prendeu durante a deflagração da "Operação Brabo". Agentes federais o acusaram de enviar 199 kg de cocaína para a Espanha, em 13 de março daquele ano. Dois meses depois ele tentou exportar mais 332 kg, mas a droga acabou apreendida no porto santista.
Policiais federais apuraram que narcotraficantes sérvios atuaram nesses dois eventos, sempre utilizando a logística do PCC para a exportação da droga. Em 18 de março de 2019, a 9ª Vara Federal de São Paulo condenou 26 réus acusados de integrar a quadrilha.
Oliveira foi absolvido pelo juiz Silvio César Arouck Gemake e ganhou a liberdade. Já os sérvios Bozidar Kapetanovic e Miroslav Jevtic foram condenados, respectivamente, a 23 anos e seis meses e a 17 anos e oito meses de prisão.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com os advogados que representam Wanderson Machado de Oliveira em Portugal, mas publicará na íntegra a versão deles assim que houver uma manifestação.
A coluna procurou o escritório de advocacia Pires de Campos, que defende Oliveira no inquérito sobre lavagem de dinheiro e tráfico de drogas instaurado em Santos, mas ainda não obteve retorno.
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