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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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Júri dos acusados de matar Gegê do Mangue e Paca, do PCC, continua sem data

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue - Reprodução
Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

03/01/2023 04h00

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Os assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, completam cinco anos no próximo mês e o julgamento dos acusados de envolvimento no crime ainda não tem data definida.

Gegê do Mangue e Paca eram da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) e foram mortos a tiros em 15 de fevereiro de 2018 na aldeia indígena de Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Ambos teriam desviado dinheiro da facção criminosa.

Uma audiência de instrução virtual foi marcada pela Vara Única Criminal de Aquiraz para o próximo dia 27, às 9h30. A Justiça do Ceará ainda não sabe quando os acusados irão a júri popular.

  • Dez réus respondem ao processo;
  • Três continuam foragidos: a polícia cearense continua sem pistas de Erick Machado Santos, 38, o Rick da Baixada, Renato Oliveira Mota, 32, e Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos, 49;
  • Todos tiveram a prisão preventiva decretada.

O piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, 35, acusado de transportar Gegê e Paca para a morte, foi solto após delação premiada. Os demais réus estão presos.

Polícia diz que Fuminho é mandante e Cabelo Duro coordenou assassinatos

Segundo as investigações da Polícia Civil do Ceará, o narcotraficante Gilberto Aparecido dos Santos, 52, o Fuminho, apontado como braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, 54, o Marcola, tido como chefe máximo do PCC, foi o mandante do crime.

Fuminho estava foragido desde 1999 e acabou preso em abril de 2020 em Maputo, capital de Moçambique, na África. Ele está recolhido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. O narcotraficante nega participação no duplo homicídio e diz ser inocente.

Investigadores cearenses apuraram que Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, também ligado ao PCC, foi quem coordenou os assassinatos e atraiu Gegê e Paca para a emboscada fatal.

As mortes dos dois homens da cúpula da facção geraram uma guerra interna na organização criminosa. Uma semana depois do duplo assassinato, Cabelo Duro foi morto com tiros de fuzil no bairro do Tatuapé, zona leste paulistana. O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), unidade de elite da Polícia Civil de São Paulo, investiga a morte dele.

Faccionados aliados de Gegê do Mangue e Paca também juraram Fuminho de morte. Porém, segundo as autoridades policiais de São Paulo, ele foi perdoado após provar que a dupla havia desviado muito dinheiro do Primeiro Comando da Capital.

Investigações conduzidas por policiais de São Paulo e do Ceará apontaram que Gegê e Paca estavam ostentando em Fortaleza, onde adquiriram casas e apartamentos de luxo, veículos importados e joias caríssimas. As famílias de ambos sempre negaram essas versões.

Os agentes, no entanto, chegaram a informar que somente com passeios de buggy nas dunas cearenses, Gegê e Paca chegaram a gastar ao menos R$ 500 mil.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Fuminho, Erick, Renato e Maria Jussara, mas publicará a versão dos defensores deles na íntegra assim que houver um posicionamento.