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Presídio 'vip' de SP libera 112 dos 122 presos para saída temporária
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A Ala de Progressão Provisória da Penitenciária 2 de Tremembé, no Vale do Paraíba (SP), vai ficar praticamente vazia entre os dias 13 a 19 deste mês. A Justiça autorizou a saída temporária, por uma semana, de 112 dos 122 prisioneiros que cumprem pena em regime semiaberto.
A prisão é chamada em São Paulo de "unidade vip" por abrigar presidiários portadores de diploma de curso superior, policiais e ex-policiais, agentes e ex-agentes penitenciários, além de detentos condenados por crimes que tiveram grande repercussão na mídia.
A LEP (Lei de Execução Penal) prevê a saída temporária para os presos de regime semiaberto com bom comportamento e que já cumpriram um sexto da pena —no caso dos primários— e um quarto da pena —no caso dos prisioneiros reincidentes. No estado, deverão ser beneficiados em torno de 40 mil presos.
Nas páginas com os dados dos presidiários autorizados judicialmente a deixar a Ala de Progressão Provisória da P-2 de Tremembé, constam os nomes de detentos acusados por crimes violentos, que foram alvo de manchetes diárias nos mais variados veículos de comunicação do país.
A lista dos beneficiados aparece em ordem alfabética. Um dos primeiros nomes é o de Alexandre Alves Nardoni. Ele foi condenado a 30 anos pela acusação de ter jogado a filha Isabella, 5, do sexto andar do prédio onde morava, na zona norte paulistana, em março de 2008.
A madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, foi condenada no mesmo processo e pegou uma pena de 27 anos. Ela progrediu para o regime semiaberto em 2017 e desde então também vem deixando a prisão na saidinha temporária. O casal sempre alegou inocência.
Mais homicidas
Outro beneficiado é Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos pelos assassinatos de Manfred e Marísia Richthofen, pais da ex-cunhada Suzane. O casal foi morto em outubro de 2002 na residência na zona sul paulistana. Suzane ficou 20 anos presa e está no regime aberto desde janeiro deste ano.
Também foi liberado para a saída temporária Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar a namorada Eloá Pimentel, 15, em outubro de 2008. A Justiça o condenou a 39 anos. Antes de matar a adolescente, ele a manteve refém por mais de 100 horas num apartamento em Santo André (SP).
A lista de beneficiados da Ala de Progressão da P-2 de Tremembé inclui ainda o nome do ex-policial militar Mizael Bispo de Souza, mais um homicida. Ele cumpre pena de 21 anos e três meses pelo assassinato da ex-namorada Mércia Nakashima, 28.
A garota estava sumida desde 23 de maio de 2010, quando foi vista pela última vez em Guarulhos (SP). O corpo e o carro dela foram encontrados no mês seguinte submersos em uma represa em Nazaré Paulista. Mizael a baleou e depois jogou o veículo nas águas com a jovem dentro.
Segundo informações das autoridades carcerárias, 10 dos 122 presos não foram beneficiados porque não preenchem os requisitos para a saída temporária. Oito deles não atingiram o lapso temporal estabelecido; um cometeu falta disciplinar e outro teve a permissão suspensa.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Lindemberg Alves e Mizael Bispo neste final de semana, mas publicará a versão dos defensores deles na íntegra, caso haja manifestação.
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