Josmar Jozino

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Guarujá, reduto do PCC, já é chamado de 'pólvora do Atlântico', diz polícia

A cidade do Guarujá —um dos mais fortes redutos do PCC (Primeiro Comando da Capital)—, conhecida como a "pérola do Atlântico", já é chamado por alguns setores policiais de a "pólvora do Atlântico". Criminosos são vistos com frequência desfilando armados na cidade, assustando a população e turistas.

Em junho deste ano, um grupo de homens portando fuzil e pistolas desafiou as forças policiais locais e saiu pelas ruas da Vila Baiana, em pleno dia, exibindo o armamento. A cena foi filmada, e as imagens viralizaram nas redes sociais (veja vídeo acima).

Os criminosos passaram em frente a uma creche para crianças de até três anos. Segundo a Polícia Civil, três homens foram identificados. Os nomes não foram divulgados. Um deles é chamado por comparsas de Miguel e apontado por eles como o mais procurado pela Tropa de Choque da PM.

Os índices criminais divulgados pela SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública) comprovam o aumento da violência no Guarujá. O número de armas de fogo apreendidas no primeiro semestre deste ano aumentou 23,5% em relação a igual período de 2022. Foram 102 apreensões contra 84.

Roubos cresceram na cidade

Os casos de roubo também cresceram. A SSP registrou 1.692 ocorrências nos seis primeiros meses de 2023 contra 1.106 em igual período do ano anterior. A elevação foi significativa: 52,9%.

Os registros de estupro, um dos crimes mais hediondos, não tolerado inclusive pela população carcerária e pelas facções criminosas, subiram 40% na comparação do primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2022. Foram 42 casos contra 30.

No último dia 28, a cidade do Guarujá foi palco de manchetes policiais em veículos de comunicação de todo o país. O soldado Patrick Bastos Reis, 30, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar, foi morto com tiro no peito durante patrulhamento na Vila Zilda.

O assassinato do soldado mobilizou ao menos 600 policiais à Baixada Santista, onde foi deflagrada a Operação Escudo. A ofensiva policial deixou 16 pessoas mortas no Guarujá e relatos diários de medo da população, como divulgou no domingo o colunista do UOL Matheus Pichonelli.

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Penitenciária de Presidente Venceslau

A Polícia Civil prendeu três suspeitos de envolvimento na morte de Reis. Erickson David da Silva, 28, o Deivinho; o irmão dele Kauã Jason da Silva, 19; e Marco Antônio de Assis Silva, 25, o Mazzaropi, foram indiciados pelo crime e tiveram a prisão decretada pela Justiça.

As investigações da Polícia Civil apontaram que Deivinho foi o autor do disparo que matou Reis. O criminoso foi acusado por Mazzaropi, mas nega essa versão e diz que o comparsa que o delata foi quem atirou e tirou a vida do policial militar.

Fontes disseram à coluna que Deivinho foi transferido para a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, uma unidade de castigo, onde a maioria dos presos integra o PCC. Kauã e Mazzaropi estão recolhidos no CDP (Centro de Detenção Provisória) de São Vicente.

O advogado Wilton da Silva Félix dos Santos afirmou à reportagem que seus clientes Deivinho e Kauã são inocentes e não integram facção criminosa. Ele acrescentou que irá provar isso no curso do processo.

A coluna não conseguiu contato com o advogado de Mazzaropi, mas publicará a versão do defensor dele assim que houver uma manifestação.

Reportagem

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