Josmar Jozino

Josmar Jozino

Siga nas redes
Reportagem

Tuta, excluído do PCC, é condenado a 12 anos por lavar R$ 1 bi da facção

A Justiça de São Paulo condenou ontem mais quatro integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Três deles já estão presos, e Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, está foragido.

Os réus foram acusados de movimentar R$ 1 bilhão da facção criminosa no período de janeiro de 2018 a junho de 2019.

  • Odair Lopes Mazzi Júnior, o Dezinho: pena de 16 anos e 11 meses
  • Robson Sampaio de Lima, o Tubarão: pena de 16 anos e 11 meses
  • Eduardo Aparecido de Almeida, o Pisca: pena de 12 anos e seis meses
  • Marcos Roberto de Almeida, o Tuta: pena de 12 anos e seis meses

Os quatro réus foram denunciados em 14 de setembro de 2020 com outros 13 acusados, no âmbito da Operação Sharks (tubarões, em Inglês), deflagrada pelo MP-SP para combater o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro praticados pelo PCC. Os processos foram desmembrados.

As investigações conduzidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), subordinado ao MP-SP, tiveram início em agosto de 2018, com a prisão de Tubarão. O apelido dele deu o nome à operação. Dos 17 réus, 11 foram condenados e seis, absolvidos.

Bando usava doleiros

A sentença foi aplicada pelo juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Na avaliação do magistrado, os réus usavam doleiros para auxiliá-los na ocultação de valores provenientes do tráfico de drogas da organização.

Promotores de Justiça apuraram que os denunciados trocavam mensagens entre si em uma rede fechada de comunicação. Para dificultar possíveis identificações e rastreamentos, eles sempre utilizavam apelidos com nome de países e mudavam constantemente de telefones e chips.

Foragido

Tuta foi condenado à revelia. O MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) chegou a anunciar que ele havia sido excluído do PCC e assassinado pelo "tribunal do crime" da facção criminosa. Porém, segundo a promotoria de Justiça, ele está vivo, não integra mais a organização criminosa e há suspeitas de que esteja na Bolívia.

Continua após a publicidade

Prisão em Pernambuco

Dezinho foi preso em julho do ano passado, em um condomínio de luxo na Praia dos Carneiros, em Pernambuco. Ele foi trazido para São Paulo e cumpre pena em uma penitenciária no interior do estado. O criminoso levava uma vida de ostentação. Morava em mansões e fazia viagens internacionais.

Prisões no Paraguai

Pisca foi preso no Paraguai em 18 de julho de 2018, junto com Marcelo Moreira Prado, o Sem Querer ou Exu, também do alto escalão do PCC, que já foi condenado a 11 anos e 10 meses, também na operação Sharks.

Os comparsas viviam em mansão alugada num bairro rico de Assunção, capital paraguaia. O luxuoso imóvel tinha piscina e dezenas de cômodos. Sem Querer tinha ainda à disposição carros e motos importados. Costumava desfilar com correntes de ouro. As despesas eram bancadas pelo PCC.

Sem Querer e Pisca foram extraditados para o Brasil meses depois. Segundo o MP-SP, mesmo presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, eles continuaram praticando crimes.

Continua após a publicidade

A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos quatro réus, mas o espaço continua aberto para manifestações dos defensores de todos eles.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes