Conteúdo publicado há 1 mês
Josmar Jozino

Josmar Jozino

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

PCC: Rival de Marcola ficará mais um ano em prisão federal no DF

A Justiça de São Paulo autorizou a permanência de Abel Pacheco de Andrade, 49, o Vida Loka, por mais um ano na Penitenciária Federal de Brasília. O preso é um dos maiores rivais de Marcos Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, número 1 do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Eles estão recolhidos na mesma prisão, mas são mantidos em alas separadas para preservar a integridade física de ambos. Segundo fontes do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), os dois tornaram-se inimigos após Marcola ter chamado Roberto Soriano 50, o Tiriça, de psicopata.

A fala de Marcola foi gravada em 15 de junho de 2022, durante conversa com um agente penal da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). O áudio foi usado no júri que condenou Tiriça a 31 anos e meio de prisão pelo assassinato de uma psicóloga da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).

Vida Loka disse que Marcola é delator e defendeu a exclusão do rival das fileiras do PCC. Já a cúpula da facção criminosa acusou Vida Loka, Tiriça e o comparsa Wanderson Nilton de Paula Lima, 45, o Andinho, por calúnia e traição e, além de anunciar a expulsão deles, "decretou" a morte dos três.

Ao manifestar-se favoravelmente à internação de Abel por mais um ano em presídio federal, o MP-SP observou que "a vida do preso corre risco porque existe uma ordem para a execução dele, mediante determinação de outros líderes do Primeiro Comando da Capital".

Para o MP-SP, a presídio federal é o lugar mais seguro para Vida Loka. Na semana passada, a Justiça de São Paulo aceitou o pedido de prorrogação feito pela SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária), subordinada ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No entendimento do DEECRIM (Departamento Estadual de Execução Criminal) da capital, o retorno de Vida Loka para uma penitenciária paulista representa risco à segurança do sistema prisional do estado. O preso está em unidade federal desde junho de 2016. O prazo de internação venceria dia 27.

Gritos e xingamentos

Apesar de estarem em alas separadas de Marcola, os rivais Vida Loka, Tiriça e Andinho não poupam críticas ao chefão do PCC. Fontes ligadas ao sistema prisional federal disseram que os gritos de ofensas ao ex-parceiro de caminhada no crime ecoam nos corredores sombrios da penitenciária.

Continua após a publicidade

Os termos mais usados contra o número 1 da organização criminosa são delator, "cagueta" e sem vergonha. Segundo as fontes, Marcola nunca responde às hostilidades e mantém o hábito de permanecer quieto em sua cela individual.

Um outro preso isolado em uma ala próxima a de Marcola também passou a ofendê-lo e vive gritando várias vezes a partir do final da tarde, quando todos estão trancados, chamando-o de "safado". O mesmo detento questionava aos berros a postura de outros aliados do líder máximo do PCC.

Na semana passada, o prisioneiro cobrou um posicionamento de Cláudio Barbará da Silva, o Barbará, um dos amigos mais antigos e leais a Marcola: "E aí Barbará, de que lado você está?", esbravejava incessantemente o preso, que ainda segundo as fontes, não é do estado de São Paulo.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes