Corregedoria pede prisão de PM que arremessou jovem de ponte em SP
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo pediu hoje (4) a prisão preventiva do soldado Luan Felipe Alves Pereira, 29, flagrado ao jogar um jovem de uma ponte durante uma abordagem em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, na madrugada de segunda-feira (3).
Ontem (3), Felipe e outros 12 policiais militares haviam sido afastados do serviço e recolhidos à Corregedoria.
O que aconteceu
Marcelo do Amaral, 25, foi abordado após perseguição da Rocam. O vídeo também mostra policiais manejando a moto dele antes de ele ser jogado da ponte.
Momento em que a vítima é arremessada foi gravado por testemunha. Nas imagens às quais o UOL teve acesso é possível ver que ao menos quatro policiais estão na cena da ocorrência.
Segundo registro policial, o jovem conduzia uma moto sem placa e, após ser abordado em Diadema, no ABC, foi perseguido por cerca de dois quilômetros. A ocorrência, no entanto, omitiu que ele foi jogado da ponte após ser interceptado.
Testemunhas ouvidas pelo UOL dizem que cerca de 15 pessoas se aproximaram para socorrê-lo após a vítima ter sido jogada no córrego. "Mas os policiais não deixaram. Eles mandaram todo mundo sair", disse um dos moradores.
Marcelo sobreviveu à queda. Após sair do córrego, ele aparentava estar confuso e foi socorrido por um amigo, que o levou a um hospital em outra moto, segundo o relato das testemunhas.
Pai de Marcelo, classificou de inadmissível a atitude do policial militar. Em entrevista exclusiva à TV Globo, Antônio Donizete do Amaral, disse que o filho é trabalhador e nunca se envolveu com nada errado. O rapaz está traumatizado, disse Donizete. Ele acrescentou que gostaria de receber uma explicação do agente e que "a PM esta aí para fazer a defesa da população e não para fazer o que fez com meu filho".
A reportagem telefonou várias vezes para a defesa do soldado Felipe, no final da tarde e no início da noite de ontem, mas não conseguiu contato. O espaço continua aberto para os advogados do PM. O texto será atualizado se houver manifestação.
Ouvidor diz que pediu afastamento e punições. Em nota, Claudio Silva afirmou que medidas, porém, não têm se mostrado eficazes contra violência policial. Ele disse que a secretaria de segurança legitima "política de morte e vingança"
Policiais foram punidos com trabalho administrativo. Segundo o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, eles ficarão afastados das ruas até a conclusão das investigações.
Derrite exaltou PM em nota que repudia ato de violência dos policiais afastados. Em publicação nas redes sociais, o secretário de Segurança Pública de São Paulo afirmou que "Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais".
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