Josmar Jozino

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Reportagem

Caso Gritzbach: Polícia Federal pede mais 30 dias de prisão para delatados

A Polícia Federal pediu a prorrogação por mais 30 dias das prisões temporárias de cinco policiais civis, um advogado e dois empresários delatados por Antônio Vinícius Lopes Gritzbach por corrupção e envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A Justiça vai analisar os pedidos nos próximos dias.

Gritzbach foi assassinado com 10 tiros de fuzis no dia 8 de novembro do ano passado, minutos após desembarcar no aeroporto internacional de Guarulhos. Oito dias antes, ele havia delatado os agentes públicos à Corregedoria da Polícia Civil.

Estão presos o delegado Fábio Baena Martins, os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Marques de Souza, o Bombom, Marcelo Roberto Ruggieri, o Xará, o agente de telecomunicações Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, o advogado Ahmed Hassan Saleh, e Robinson Granger Moura, o Molly, e Ademir Pereira de Andrade.

Segundo investigações da Polícia Federal, as análises dos telefones celulares apreendidos com os presos indicam que eles formaram uma organização criminosa e cometeram diversos crimes, como corrupção, lavagem de dinheiro e outros equiparados a hediondos.

Escondeu R$ 621 mil debaixo do colchão

A Polícia Federal apurou que o investigador Marcelo Bombom é um dos mais importantes da organização criminosa e praticou diversos atos de corrupção. Ele escondia uma lista de recebimento de propina e R$ 621 mil debaixo do colchão e não apresentou justificativa sobre a origem do dinheiro.

Dinheiro apreendido na casa de Marcelo Bombom
Dinheiro apreendido na casa de Marcelo Bombom Imagem: Reprodução

A PF diz ainda que os depoimentos dos presos foram contraditórios. O delegado Baena, por exemplo, disse que nunca havia falado com Gritzbach após a prisão dele em 2022, pela acusação de duplo homicídio. Porém, no celular dele tinha sete registros de conversas a partir de 7 de agosto de 2024.

Baena também é acusado de ter um padrão de vida incompatível com seus rendimentos. A PF descobriu que apenas com as mensalidades da faculdade de medicina de duas filhas dele, o delegado desembolsava a quantia de R$ 16 mil.

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O patrimônio de Marcelo Ruggieri também foi considerado incompatível com os rendimentos. O salário líquido dele é R$ 7.410,00. No seu telefone celular foram encontrados comprovantes de pagamentos que somam R$ 1,2 milhão, além de venda de imóveis que totalizaram R$ 5 milhões.

Eduardo Monteiro Lopes, sobrinho de uma ex-corregedora da Polícia Civil, também é acusado pela prática de lavagem de dinheiro. Ele mentiu ao afirmar que após a prisão de Gritzbach não teve mais contato com ele. Só que o visitou na casa dele em 2022.

Lopes disse que ganhava de R$ 2 mil a R$ 3 mil comercializando veículos, mas ofereceu automóveis e motos aquáticas para o delegado Baena. O investigador usava um aplicativo chamado Signal no telefone celular, provavelmente para apagar vestígios de crimes, segundo a Polícia Federal.

O agente de telecomunicações Rogerinho morava em um apartamento de luxo, avaliado em mais de R$ 5 milhões com vista para o mar na Praia Grande. A PF afirma que há indícios de que ele tinha se apropriado de relógios Rolex de Vinícius Gritzbach.

Movimentou R$ 43 milhões

Casa de Ademir Pereira de Andrade, em Igaratá
Casa de Ademir Pereira de Andrade, em Igaratá Imagem: Reprodução

O advogado Ahmed, também investigado por lavagem de dinheiro, movimentou R$ 43,2 milhões entre dezembro de 2019 a maio de 2022. Ele recebeu R$ 8,7 milhões em 1.129 depósitos em espécie. A empresa de ônibus UPBUs, ligada ao PCC, enviou R$ 681 mil para ele.

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Robinson Granger Moura revelou ao fisco o recebimento de R$ 1,6 milhão em espécie em 2019. De acordo com a PF, a movimentação total do investigado entre dezembro de 2017 e outubro de 2024 foi de R$ 8,2 milhões. No celular dela havia imagens de malas repletas de dinheiro, diz a PF.

Ademir morava em um apartamento de alto padrão, de mais de 200 metros quadrados. E também é dono de um sítio "suntuoso" na cidade de Igaratá, na beira de um lago. Ele é suspeito de ter efetuado transações imobiliárias com traficantes e outros criminosos e teria 45 imóveis só no Tatuapé, zona leste.

Vinicius Gritzbach, Marcelo Ruggieri e Robinson Granger Moura (o Molly), em foto de arquivo
Vinicius Gritzbach, Marcelo Ruggieri e Robinson Granger Moura (o Molly), em foto de arquivo Imagem: Reprodução

A Justiça deve analisar nos próximos dias os pedidos de prorrogação das prisões temporárias dos investigados.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos presos. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver posicionamentos.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

9 comentários

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Virgilio Vettorazzo

Lembrando que esse crime ocorreu no maior aeroporto do país, em plena luz do dia, durante o governo de Tarcísio de Freitas, o Bolsonarista Raiz cuja PM joga pobre de ponte, apaga estudante de medicina e distribui coronhada enquanto dispara "acidentalmente" sua arma.

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Andre Luiz Sperb

será que ainda existe dúvida que a polícia tem envolvimento com crime organizado, esperamos punição exemplar a todos é o minimo a ser feito alem da expulsão da corporação, bloqueio e devoluçao e todo patrimonio feito ilegalmente

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Ricardo Abraham Topalian Doganian

Há muitos dias o Bombom vinha se queixando de dores no corpo na hora de acordar, coitado, venderam para ele um colchão que não tinha molas, havia 621 mil reais, o cara foi ludibriado pela loja.

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