Caso Gritzbach: Tenente ajudou cabo acusado de matar delator do PCC, diz PM
Um tenente do 23º Batalhão da PM (Perdizes) é suspeito de ter vazado informações do Copom (Comando de Operações da Polícia Militar) para ajudar o cabo Dênis Antônio Martins, 40, acusado de matar a tiros o empresário Antônio Vinícius Gritzbach, a fugir após a prática do crime.
A vítima foi assassinada com 10 tiros de fuzil no aeroporto internacional de Guarulhos, no dia 8 de novembro do ano passado. Dênis foi preso ontem pela Corregedoria da Polícia Militar, assim como outros 14 PMs acusados de fazer escolta para Gritzbach.
As investigações apontam que o tenente e o cabo trabalharam juntos na Força Tática do 42º Batalhão, em Osasco, na Grande São Paulo e atuaram na mesma viatura em 16 de novembro de 2013.
O tenente também é amigo de um oficial da mesma patente, acusado de ser o responsável pela segurança pessoal de Gritzbach. O cabo Dênis, esse oficial e outros 13 policiais militares envolvidos na escolta de Gritzbach foram presos ontem pela Corregedoria da PM.
A Corregedoria da PM pediu a quebra de sigilo telefônico do tenente e cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dele e no batalhão onde ele trabalha. Ele continua trabalhando normalmente, mas oficialmente é investigado por suposta participação no homicídio de Gritzbach.
Segundo as investigações, "o tenente teria vazado informações sigilosas, quebrando seu dever de sigilo, reunindo-se com o cabo PM Dênis para a prática de violência a terceira pessoa, a qual foi consumada".
Ouvida pela reportagem, a defesa do suspeito afirmou que o cliente é inocente, não há nada contra ele, apenas uma denúncia anônima; não teve envolvimento no crime, não conhecia Gitzbach e jamais passou informações sigilosas do Copom para ninguém, muito menos para o cabo Dênis.
Tatuagem identificou o cabo
Uma tatuagem no braço esquerdo ajudou a Corregedoria da Polícia Militar a identificar o cabo Dênis Antônio Martins, 40, como o autor dos disparos que mataram o empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38, no dia 8 de novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

A Corregedoria da PM recebeu uma denúncia anônima de que o cabo havia participado do crime e passou a monitorá-lo. No dia 9 de janeiro deste ano, Dênis foi filmado chegando à 4ª Companhia do 33º Batalhão (Vargem Grande Paulista), onde era lotado, com um Fox vermelho.
As filmagens foram comparadas com as imagens gravadas pelas câmeras de segurança de um ônibus utilizado por Dênis na fuga do aeroporto, após o crime, e também do Terminal Cecap, bairro de Guarulhos onde ele desembarcou do coletivo. Elas mostram a tatuagem no braço esquerdo.
Além disso, segundo a Corregedoria da Polícia Militar, também foram analisadas a movimentação de pés e braços de Dênis ao caminhar, sempre com andar lento, tudo isso aliado à compleição física, cor da pele do cabo, formato do rosto e altura do cabo. Dênis não estava em serviço no dia do assassinato do empresário.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados do cabo Dênis. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver manifestações dos defensores do preso.
12 comentários
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Melquiades Isidoro Camara Nunes
Sempre tem militar envolvido. Lembram do deputado da motosserra? Coronel da PM. Lembra do escândalo da mandioca quem foi o mentor de assassinar o promotor? Um Coronel também. Quem são os golpistas do Brasil? Nem precisa dizer.
Roniwalter Jatobá de Almeida
Não vai dar em nada. O Brasil está tão podre que não há mais jeito de dar uma melhorada. Enquanto Moraes dá um ponto no nó da política com vigor, centenas de juízes por aí a fora fazem uma bela farra com o dinheiro dos impostos dos trabalhadores brasileiros.
Daiana Priscila Biazoto
Que vergonha, apodreceu justiça, policia e politicos na Lama da Corrupçao. Parabens Tarcisio e Derrite pelo excelente trabalho em desvendar esse crime