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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Michelle Bolsonaro implodiu chance de mãe de Flávio ser suplente de Romário

Rogéria com o filho Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro - Reprodução/ Instagram
Rogéria com o filho Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/ Instagram

Colunista do UOL

17/05/2022 10h58Atualizada em 17/05/2022 16h05

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A costura política que estava em andamento para que Rogéria, mãe de Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, fosse a primeira suplente na chapa de Romário (PL-RJ) ao Senado nas eleições deste ano implodiu e o motivo disso tem nome: Michelle Bolsonaro. Assim que soube da possibilidade, a primeira-dama torceu o nariz e auxiliares do presidente relataram que ele não fará contestação ao veto da atual mulher. Segundo relatos de interlocutores do presidente feitos à coluna, Jair Bolsonaro disse que "não quer esse problema".

A ideia de lançar Rogéria como suplente de Romário veio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) há algumas semanas. A opção foi revelada em uma reportagem do jornalista Gabriel Saboia, no jornal O Globo. Na análise do primogênito de Bolsonaro, a opção pela mãe dos três filhos mais velhos do presidente poderia mostrar proximidade do ex-jogador junto ao clã e se contrapor às críticas que são feitas a Romário. Entre os bolsonaristas mais radicais, há a defesa de lançar o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) para a vaga no Senado.

No entanto, devido à oposição de Michelle, o nome de Rogéria já está descartado na chapa de Romário e o PL discute outras opções.

A coluna apurou que essa não é a primeira vez que a primeira-dama se opõe a uma candidatura da primeira mulher de Bolsonaro dentro do partido em que o presidente está filiado. Em 2018, teria ocorrido movimento semelhante. Tanto que ela se filiou ao PSL, mas acabou não concorrendo a nenhum cargo.

Rogéria já foi vereadora por dois mandatos (1993-2000) e deixou a Câmara Municipal em 2001, após a separação de Bolsonaro. Na ocasião, ela perdeu a eleição e Carlos obteve seu primeiro mandato como vereador, aos 17 anos. O período eleitoral foi conturbado, já que Bolsonaro incentivou a candidatura do filho justamente em função do divórcio com Rogéria, quando passou a viver com Ana Cristina Siqueira Valle, a segunda mulher de Bolsonaro.

Depois de 2001, Rogéria não disputou outros cargos. Em 2020, ela se filiou ao Republicanos e disputou novamente uma vaga na Câmara Municipal, mas não conseguiu se eleger. Obteve 2.034 votos.

Rogéria, porém, não é a única a sofrer oposição. A advogada Ana Cristina Valle também enfrenta barreiras. Por isso, segue caminho fora dos partidos de Bolsonaro. Em 2018, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Podemos e neste ano pretende concorrer a deputada distrital no DF. Desta vez, vai pelo PP.