Juliana Dal Piva

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Reportagem

Messias retoma favoritismo na vaga para o STF; Lula faz reuniões no Palácio

Interlocutores do presidente Lula (PT) relataram à coluna que o ministro Jorge Messias, da AGU (Advocacia-Geral da União), voltou a ser o favorito para a vaga aberta a partir da aposentadoria da ministra Rosa Weber. O presidente fará hoje reuniões no Palácio do Planalto para tentar definir a escolha do próximo ministro da Corte.

Até poucos dias atrás, o ministro da Justiça, Flávio Dino, liderava a disputa. No entanto, ele acabou desgastado tanto pela disputa que se iniciou por uma eventual substituição dele na pasta como pela revelação de que a mulher de um líder do CV (Comando Vermelho) visitou o prédio do ministério nos últimos três meses.

O nome de Dino é bem avaliado pelos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Messias é defendido por diferentes alas do PT e é considerado alguém da confiança do presidente e com apoio de outros setores do campo progressista. Além disso, evangélico, Messias, vem conversando com a ala religiosa da Câmara dos Deputados há alguns meses.

Se Lula escolher Messias ou Dino, a ministra Cármen Lúcia se tornará a única mulher entre os ministros da Corte. O presidente enfrenta pressão de diferentes setores da esquerda pela nomeação de uma mulher preta para a vaga.

Jorge Messias

Com 42 anos, ele é formado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e mestre pela UnB (Universidade de Brasília), onde atualmente conclui doutorado.

Messias também é procurador da Fazenda Nacional desde 2007. Já foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República, secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação e consultor jurídico dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Também atuou como procurador do Banco Central e do BNDES.

Em 2016, ele ficou conhecido como o "Bessias" após a divulgação de uma conversa entre Lula com a então presidente Dilma Rousseff (PT). Dilma ia nomear Lula ministro da Casa Civil e dizia no grampo que o assessor estava levando o termo de posse para Lula.

Na época, Messias era subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República. A conversa foi divulgada por decisão do então juiz Sergio Moro. Após a liberação do grampo, a posse de Lula foi impedida por uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF.

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