Kennedy: Tarcísio age como extrema direita ao produzir a fake news do dia
A declaração sem provas do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre uma suposta de orientação de voto de Guilherme Boulos (PSOL) emitida pelo PCC foi a "fake news do dia", afirmou Kennedy Alencar no UOL News. A prática, diz o colunista, mancha a imagem de "moderado" construída por Tarcísio.
Boulos disse que pediu à Justiça a inelegibilidade do governador e de Ricardo Nunes (MDB), seu concorrente na disputa à Prefeitura de São Paulo, apoiado por Tarcísio.
Ele produziu a fake news do dia, porque ainda que seja verdade que haja algum relatório da inteligência ouvindo alguma gravação de algum detalhe, orientando algum tipo de voto, quando ele relaciona isso ao Boulos, que não tem nada a ver com o crime organizado, é a estratégia do medo, de demonização, de diversão, é jogo baixo, é jogo desleal. A fake news não é produzida só com uma completa mentira. A meia-verdade pode inclusive ser mais danosa, porque joga mais na confusão.
São plumas ao vento que agora já estão jogadas, e colher todas é sempre impossível. Eu acho que ele perde no médio e longo prazo. Me parece que o Tarcísio se comportou exatamente como a extrema-direita se comporta. Mente, distorce, demoniza o adversário, produz fake news, joga abaixo. É um dia ruim para ele, é um dia que ele sai menor. Esse episódio aí é um negócio que, no meu entender, arranha a imagem dele.
Kennedy Alencar
Maierovitch: Tarcísio comete abuso de poder e se arrisca à inelegibilidade
O colunista Wálter Maierovitch afirmou que o governador poderá responder a um processo por abuso de poder político. Há o risco de a consequência, como ocorreu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ser a inelegibilidade.
Essa ação proposta pelo partido do Boulos é dirigida exatamente ao corregedor-geral da Justiça Eleitoral. O que ele faz? Ele inicia um processo investigatório. Essa ação se chama Ação de Investigação Judicial Eleitoral [Aije].
Neste caso, trata-se de um abuso de poder político —está muito claro: abuso de poder político. Ele se manifestou quando deveria comunicar e silenciar.
O corregedor faz toda a apuração, garante a ampla defesa e elabora um voto que submete ao tribunal, que decide pela procedência ou improcedência dessa ação. Se for procedente, poderá resultar em inelegibilidade.
Wálter Maierovitch
Maierovitch detalha que a fala de Tarcísio vai contra o clima eleitoral, de manter o silêncio sobre o processo e proteger a tranquilidade do eleitor.
Nós estamos na fase do silêncio eleitoral, onde o eleitor tem que ter tranquilidade, e a lei diz isso, para poder votar, para poder se conscientizar desse ato. Existe a impossibilidade de qualquer tipo de manifestação manipuladora de eleições. Esse é, por lei, o clima eleitoral.
Nós estamos dentro desse clima, e isso vale para o governador, vale para todos os cidadãos, os que votam e os que são votados. Esse clima foi quebrado pelo governador do Estado. Isso é o ilícito eleitoral.
O que ele deveria fazer com essas informações? Acionar a Justiça Eleitoral, única autoridade competente, e se manter em silêncio.
O que ele fez foi de uma gravidade e de uma irresponsabilidade por quebrar um momento precioso, um momento mais relevante, que é o encontro livre do cidadão com a urna. Wálter Maierovitch
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Matais: fala de Tarcísio é crime eleitoral, e TSE precisa se manifestar
A fala de Tarcísio pode ser considerada um crime eleitoral e precisa de uma resposta do TSE, afirmou a colunista Andreza Matais no programa de hoje.
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Quero receberÉ gravíssima essa fala do governador de São Paulo. Ele está utilizando do cargo de governador para fazer essa declaração que, na minha avaliação, é um crime eleitoral, ao lado do prefeito de São Paulo, que disputa a reeleição, no meio do processo de votação. São dados que, se existem, precisariam ser apresentados, e esse não era o melhor momento para isso.
Nessas eleições, há muitos relatos de que [grupos criminosos] estão tentando eleger candidatos para depois influenciar esses grandes contratos, mas isso não significa de forma alguma que haja um estudo mostrando que há alguma relação disso com partidos políticos.
É algo que tem sido feito, já não é de hoje, se tentar fazer essa correlação desses grupos criminosos com a esquerda, e que seria a mesma coisa de você associar a milícia à direita.
Andreza Matais
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Kotscho: Com acusações falsas, Bolsonaro e Tarcísio mostram que são iguais
No programa, o comentarista Ricardo Kotscho relacionou a declaração de Tarcísio a uma falsa teoria, repetida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) hoje em Goiânia, de que o Lula (PT) não sofreu um acidente doméstico que o impediu de viajar à Rússia.
Para Kotscho, isso demonstra que Tarcísio e Bolsonaro estão do mesmo lado radicalizado do uso de notícias falsas para propósitos político-eleitorais. Kotscho também cobrou a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, para que se manifeste.
Isso não pode demorar mais nenhum instante, tem que imediatamente ter uma providência do TSE. É o fato mais grave que aconteceu nessa campanha até agora. (...) É inexplicável, irresponsável.
Em Goiânia, hoje de manhã, o Bolsonaro, além de esculhambar com o ministro do STF Alexandre de Moraes, colocou em dúvida o acidente doméstico de Lula, que impediu a viagem dele para a reunião dos BRICS.
Assim como o Tarcísio, ele também não apresentou prova nenhuma, disse que recebeu no celular de alguma 'tia do zap' que mandou isso aí, e bota como se fosse um fato. Eles são iguais, não tem essa de moderado e radical. Eles são iguais.
Ricardo Kotscho
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