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Bolsonaro tenta dar um golpe com ações ilegais da PRF
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O presidente Jair Bolsonaro usa a PRF (Polícia Rodoviária Federal), a instituição que mais degradou em seus quatro anos de governo, para tentar dar um golpe de estado. Não há outra maneira de descrever a tentativa da PRF de intimidar eleitores no Nordeste e evitar que votem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Até as 15h, cerca de 560 "operações de fiscalização" da PRF aconteceram neste domingo. A larga maioria concentrada no Nordeste, região do Brasil na qual Lula ganha de lavada de Bolsonaro.
Como os absurdos de Bolsonaro foram normalizados nos últimos anos, ele se sentiu confortável para tentar um golpe a conta-gotas durante o processo eleitoral.
Aprovou uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que jogou no lixo a legislação fiscal e eleitoral do país. Estabeleceu um auxílio de R$ 600 com duração prevista para acabar em 31 de dezembro. Criou um crédito consignado sob medida para os beneficiários. Mente todos os dias. Cria confusão todos os dias. Confronta as instituições e ataca os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) todos os dias.
Candidato a ditador, Bolsonaro tenta subverter a ordem e se manter no poder a qualquer custo e de forma ilegítima. Bolsonaro e seus asseclas da PRF estão fazendo aquilo que eles acusavam que poderia ocorrer com eles: que as urnas não refletissem a vontade popular.
Com operações ilegais, a PRF quer impedir a livre manifestação do povo por meio do voto. São ações totalmente fora de contexto, sem justificativa técnica e policial. Bolsonaro utiliza uma instituição do Estado para tentar roubar votos de Lula no Nordeste e no Norte, especialmente no Pará.
O presidente do TSE, Alexandre Moraes, faz muito bem ao se contrapor a essa tentativa de mudar o resultado das urnas pela força. É preciso dar mais tempo para que os eleitores possam votar. A manobra do bolsonarismo é manipular a votação e criar um resultado irreal. Os democratas precisam resistir a mais esse ataque ao sistema eleitoral.
Registro: o ministro da Justiça, Anderson Torres, comanda a desordem no país a mando de Bolsonaro. Esse ministro precisa responder pelos crimes que está cometendo no cargo, pois é o chefe direto da PRF. Figura sem biografia que foi passar pano para o pistoleiro Roberto Jefferson, Torres é uma autoridade que não entende a importância do cargo que ocupa. Um ministro da Justiça deve lealdade à Constituição, não a um chefe miliciano que solapa a nossa democracia.
As ações da Polícia Rodoviária Federal neste domingo eleitoral não podem ser aceitas. São ilegais. Bolsonaro usa o aparelho repressor do Estado para tentar dar um golpe. Qualquer semelhança com 1964 não é mera coincidência.
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