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Leonardo Sakamoto

Candidatos de SP e Recife priorizam combate à escravidão; no Rio, só o Paes

Em São Paulo, o setor de vestuário é um dos campeões em trabalho escravo contemporâneo - Al Jazeera e Repórter Brasil
Em São Paulo, o setor de vestuário é um dos campeões em trabalho escravo contemporâneo Imagem: Al Jazeera e Repórter Brasil

Colunista do UOL

17/11/2020 18h44

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Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), em Recife, Eduardo Paes (DEM), no Rio, e Edmílson Rodrigues (PSOL), em Belém, comprometeram-se a priorizar o combate ao trabalho escravo caso sejam escolhidos no segundo turno das eleições no próximo dia 29 de novembro.

Até agora, Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio, Delegado Eguchi (Patriota), em Belém, ainda não se manifestaram sobre a carta-compromisso contra a escravidão proposta a eles, nesta eleição, pelo Ministério Publico do Trabalho, pela Organização Internacional do Trabalho, por associações nacionais de juízes do trabalho, auditores e procuradores, entre outras organizações. Eduardo Braide (Podemos) e Duarte Júnior (Republicanos), em São Luís, também não responderam ao convite, até esta terça (17), segundo a página da carta-compromisso.

Desde 1995, quando o Brasil criou seu sistema de combate à escravidão contemporânea, mais de 55 mil pessoas foram resgatadas em regiões rurais e urbanas de todo o país.

Entre os compromissos, está o de não promover empresas que tenham utilizado mão de obra escrava ou infantil. Também está o de implantar atendimento jurídico e social aos trabalhadores migrantes.

Os candidatos prometem exonerar qualquer pessoa que ocupe cargo público de confiança sob responsabilidade dos eleitos que vier a se beneficiar desse tipo de mão de obra. E a renunciar ao mandato caso fique comprovado que foram responsabilizados por esse tipo de exploração em seus negócios pessoais.

Desde 2006, a iniciativa da Carta-Compromisso contra o Trabalho Escravo recolhe assinaturas de candidatas e candidatos a cargos no Poder Executivo que se comprometem a colocar o combate à escravidão contemporânea como prioridade em suas gestões. Como resultado, políticas públicas adotadas tiveram origem no documento, como a criação de planos municipais e estaduais para a erradicação dessa forma de exploração, além da aprovação de leis para o atendimento de vítimas.

Na edição de 2020, as 12 entidades que atuam no combate à escravidão e organizam a iniciativa convidaram todos os que disputam as prefeituras de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, São Luís e Belém para endossarem o documento no primeiro turno e vão convidar outros candidatos neste segundo turno.

As cartas com as assinaturas dos candidatos podem ser encontradas nas páginas criadas para a Carta-Compromisso de 2020 on Facebook e no Instagram