Topo

Leonardo Sakamoto

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Brasil passa EUA em número de mortos da covid-19 por milhão de habitantes

Homem trabalha em meio às sepulturas do Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus - EDMAR BARROS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Homem trabalha em meio às sepulturas do Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus Imagem: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

16/04/2021 09h33

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro costumam apontar que os Estados Unidos estão à nossa frente em número de mortos por covid-19 por milhão de habitantes a fim de relativizar a gravidade da pandemia por aqui. Agora, o Brasil passou os EUA também nesse indicador.

De acordo com a Johns Hopkins University, que agrega dados globais sobre covid-19, o Brasil conta com 1.731,6 mortos/milhão, enquanto os EUA ostentam uma taxa de 1.722,2. Os dados são desta sexta (16).

Temos mais de 365 mil mortes por covid-19 enquanto eles possuem mais de 565 mil. Contudo, o país governado por Joe Biden é muito maior em população, com mais de 328 milhões, enquanto somos mais de 211 milhões.

Nenhum país com mais de 70 milhões de habitantes e nenhuma nação da América Latina apresenta taxa tão alta quanto a do Brasil. Estão à nossa frente em mortos por milhão, na ordem: San Marino, Hungria, Bosnia e Herzegovina, Montenegro, Bulgária, Macedônia do Norte, Moldávia, Bélgica, Eslovênia, Itália e Reino Unido.

A Organização Mundial de Saúde também aponta o Brasil à frente dos EUA, com 1.702,5/milhão e 1.688,8/milhão, respectivamente, mas os dados da Johns Hopkins estão mais atualizados.

O Brasil também ostenta a maior média diária de mortes por covid-19. Com os novos 3.774 óbitos registrados, nesta quinta (15), o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, calcula que, nos últimos sete dias, morreram 2.952 pessoas/dia.

Os Estados Unidos, o antigo epicentro global da pandemia antes de roubarmos seu lugar, registraram média de 750 mortes nesta quinta.

Caso o nosso país não adote mudanças na forma com a qual vem encarando a covid, podemos ultrapassar os EUA também em número total de mortes, mesmo com a grande diferença populacional.

No pior cenário projetado pelo Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação (IHME) da Universidade de Washington, podemos chegar a 653,8 mil mortes no dia 1º de agosto.

Isso se refere a uma situação em que os vacinados deixem de usar máscaras e voltem a adotar o mesmo nível de deslocamento que antes da covid - o imunizante te protege de desenvolver a doença, não de transmitir o coronavírus. Para os Estados Unidos, o instituto projeta 697,5 mil mortos em 1º de agosto no pior cenário.

Considerando que a pandemia vai durar mais tempo por aqui (os EUA registram 38% da população que receberam, pelo menos, uma dose de vacina, enquanto somos 12% na mesma situação), podemos atingir o primeiro lugar nesse triste pódio após as Olimpíadas.