Aliados de Nunes e Marçal mostram que eleição definirá poder do PCC em SP
O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), recebe mensalmente R$ 812 mil da empresa de ônibus Transwolff, acusada de lavar dinheiro para o PCC. Reportagem de Juliana Sayuri e Flavio Costa, do UOL, nesta quarta (4), mostra um contrato de aluguel de terrenos de uma empresa do vereador à viação com valores bem acima do mercado.
Promotores do grupo de combate ao crime organizado afirmam que Leite teve "papel juridicamente relevante na execução dos crimes sob apuração" envolvendo a Transwolff. Os seus sigilos fiscal e bancário foram quebrados com autorização da Justiça. Ele é próximo de Luiz Carlos Pacheco, o Pandora, apontado como dono da viação, que chegou a ser preso em abril e é acusado de apropriação, extorsão e lavagem de dinheiro.
Agora, o MP-SP deve analisar se a mensalidade é realmente um aluguel ou divisão de lucros. O vereador foi fiador da gestão do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Leite nega as relações, mas isso torpedeou a chance de ele ser candidato a vice.
Ironicamente, a Transwolff apareceu na propaganda eleitoral de TV de Nunes, nesta semana, quando ele exaltou a operação do Aquático SP, o transporte público hidroviário por barcos na represa Billings, no sul do município. A empresa de ônibus investigada por laços com o PCC e que está sob intervenção da SPTrans havia recebido da gestão Nunes a autorização para operar a linha.
Neste caso, mais um rolo: a prefeitura foi questionada pelo Ministério Público sobre a razão da escolha da Transwolff para operar o serviço hidroviário ter ocorrido sem licitação. Respondeu que ela já havia vencido a do transporte de ônibus na mesma região e que uma nova licitação não seria necessária.
Aliados de Marçal e o PCC
A máfia paulista também está correndo solta no noticiário sobre as eleições em São Paulo por causa de Pablo Marçal. Cercado de correligionários acusados de negócios com o Primeiro Comando da Capital, o ex-coach vem sendo questionado se sua vitória não levará o crime organizado para dentro da gestão da maior cidade do país.
O maior exemplo é o presidente de seu partido, o PRTB, Leonardo Avalanche, gravado dizendo ter vínculos com o grupo criminoso e ter sido responsável por soltar André do Rap, um de seus líderes. Foi Avalanche que garantiu a candidatura para Marçal.
Tarcísio Escobar, ex-presidente estadual do PRTB, e seu sócio Júlio César Pereira, o Gordão, aliados de Avalanche e articuladores do partido, teriam trocado carros de luxos por cocaína para o PCC, segundo investigação da Polícia Civil.
O MP-SP também mostrou que o PCC fechou um acordo com membros da Guarda Civil Metropolitana para mover a "cracolândia" do centro de lugar a fim de forçar os lojistas a pagarem propinas. É máfia com milícia, criando o problema para vender segurança e evitando uma solução para o problema de saúde pública. Mas discutir os responsáveis e as soluções para isso parece menos importante do que avaliar como o comunismo de bilionários de Hollywood e de donos de fábricas de vacinas chinesas querem atrapalhar Elon Musk de salvar o mundo.
Como já disse aqui antes, seguindo a toada e a depender do que acontecer com São Paulo nos próximos quatro anos, quanto tempo levará para as principais decisões não serem tomadas do Palácio Matarazzo, mas da Penitenciária Federal de Brasília, onde está preso Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola?