Pré-candidata do PSOL recebe ameaça de morte: 'Ficar furada como Marielle'
Pré-candidata à Prefeitura de Niterói (RJ), a deputada federal Talíria Petrone (PSOL) recebeu ameaças de morte por email. Na manhã desta segunda-feira (29), a parlamentar foi informada pela equipe de sua campanha sobre o teor de uma mensagem com ameaça de assassinato semelhante ao homicídio da vereadora Marielle Franco, em 2018.
O criminoso exige que Petrone retire sua candidatura à prefeitura e abandone a vida política. Caso contrário, diz que vai invadir seu gabinete e que ela vai "ficar furada como Marielle". Ele também diz que vai atear fogo em seu "corpo imundo" e incendiar o prédio provocando "uma catástrofe com centenas de mortos queimados". Ainda afirma que, caso não consiga matá-la no gabinete, ele fará um "massacre" no primeiro debate que tiver com seus adversários e que explodirá uma bomba no local depois de "dar tiros na cara e nas nádegas", segundo a equipe da deputada.
"É um e-mail horroroso", diz Petrone à coluna. "Cita minhas últimas agendas, endereço de escritório político, o nome dos meus filhos."
Racista, o agressor usa termos como "aberração", "macaca fedorenta", "cabelo de ninho de passarinho" e "favelada" para se referir à parlamentar.
Na semana passada, ela já havia sido alvo de insultos racistas nas redes sociais ao fazer uma postagem defendendo a candidatura de Kamala Harris à Presidência dos Estados Unidos.
Diversas ameaças
A mensagem chegou em dois emails, o da campanha e o do gabinete como deputada.
"O teor tem uma gravidade inadmissível", afirma. Ela acrescenta que já recebeu diversas ameaças de grupos de ódio e de milicianos ao longo de sua trajetória política.
"O agressor quer intimidar nossa atuação na cidade, quer a retirada da minha candidatura à prefeita. A resposta a isso é dobrar a aposta", afirma.
Ela diz que vai se reunir nesta terça com integrantes da Polícia Civil e da Polícia Federal para registrar boletim de ocorrência e pedir uma investigação.
Petrone destaca que, além de ameaçar sua integridade física, o agressor ameaça a democracia ao querer não permitir a troca de ideias nos debates e ao exigir a retirada de sua candidatura.
"É a certeza de que é preciso ter cada vez mais mulher na política", diz ela. "Minha resposta vai estar cada vez mais forte."
Reportagem
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