Seguradoras querem taxa contra desastre climático: R$ 2 na conta de celular
As grandes empresas de seguros articulam a criação de uma taxa no valor de R$ 2 cobrado da população para a institucionalização de um fundo a ser utilizado na cobertura de perdas causadas por desastre natural, a exemplo do que aconteceu no Rio Grande do Sul em maio deste ano.
O valor seria cobrado na conta de luz ou na de telefone pós-pago — \a segunda opção é a preferência do setor porque a cobrança ficaria concentrada na população de rendas média e alta, considerando que as linhas de pré-pago são utilizadas majoritariamente pela população com baixa renda.
A iniciativa propõe que o seguro social de catástrofe pague indenização de R$ 15 mil por residência atingida e de R$ 5.000 por óbito, via Pix, para os atingidos em desastres provocados por inundação, alagamento e desmoronamento.
A proposta é articulada pela CNSeg (Confederação Nacional das Seguradoras), que encabeça a formulação de um projeto de lei a ser apresentado no Congresso.
A entidade entende que os danos provocados pelo clima vão aumentar ao longo dos próximos anos —já que a mudança climática é uma realidade— e, portanto, é preciso planejar como essa conta vai ser paga. A aceleração desse processo pode ser constatada ao observar que, em um período de dez anos, 70% das perdas decorrentes de desastres naturais foram concentradas entre 2020 e 2023, segundo a confederação.
O cálculo sobre a tragédia no Rio Grande do Sul ainda não foi fechado, mas a estimativa é de, no mínimo, perdas em torno de R$ 100 bilhões.
O "pacote clima" discutido pela CNSeg inclui também estratégias para estimular a contratação de seguros de residência, de vida e rural, além de seguros para obras públicas de infraestrutura.
"O setor de seguros está buscando se integrar na agenda climática, que é o maior desafio da humanidade hoje", diz Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg e ex-ministro do Planejamento no governo Michel Temer (MDB).
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